terça-feira, 30 de abril de 2013

Pixar


O estúdio de animação mais cobiçado e admirado do mundo teve suas origens no ano de 1979, na divisão de animação e efeitos especiais da Lucas Film, empresa fundada pelo aclamado diretor George Lucas (de filmes como Guerra nas Estrelas e Indiana Jones). A história começou a mudar em 1984 quando John Lasseter deixou seu emprego de animador na Disney, para se unir ao grupo de animadores e efeitos especiais da Lucas Film. No dia 3 de fevereiro de 1986, Steve Jobs, dono e fundador da Apple, comprou a divisão de computação gráfica da Lucas Film (conhecida então como Industrial Light Magic) por US$ 10 milhões, e fundou a PIXAR ANIMATION STUDIOS, juntamente com John Lasseter, o engenheiro Alvy Ray Smith e o matemático Ed Catmull, um talentoso especialista em computação gráfica, injetando novo ânimo e mais dinheiro na empresa que andava meio combalida. O novo nome do estúdio é uma combinação das palavras “pixels” e “art”, que é justamente o que pretende a animação, fazer arte através de pixels, unidades elementares da imagem gráfica. Inicialmente a especialidade era a criação de hardware específico para computação gráfica, como o Pixar Image Computer. Para incentivar as vendas do produto, John Lassetter passou a criar pequenas animações e demonstrar como era eficiente o produto através do material apresentado. O passou seguinte foi produzir curtas-metragens e comerciais de televisão para marcas famosas como Tropicana, Trident, Life Savers, Listerine, Volkswagen, California Lottery e Pillsbury, além de ser a responsável pela criação dos novos logotipos da IBM e da Paramount.
O primeiro curta-metragem da PIXAR, com dois minutos de duração, lançado em 1986 e batizado de Luxo Jr., conquistou o Oscar de melhor curta-metragem animado. O filme se passa em cima de uma de uma mesa de trabalho e conta a história do papai-luminária e do seu simpático filho chamado Luxo Jr. O personagem Luxo Jr., uma simpática luminária, tornou-se o mascote do estúdio e durante alguns anos foi parte integrante do logotipo da PIXAR ANIMATION STUDIOS.
Depois de anos produzindo curta-metragem como Red’s Dream, que inovou ao apresentar cenas noturnas, até então raras no mundo da animação digital; Tin Toy, primeiro filme com as expressões animadas digitalmente que mostrava a aventura de um pequeno brinquedo para fugir de um bebê, e que foi responsável por colocar o então pequeno estúdio no radar dos grandes conglomerados de mídia; Knick Knack, cuja história se passa no alto de uma estante, quando vários enfeites de mesa começam a dar uma festa dançando, cantando e se divertindo, exceto um mal-humorado boneco de neve que vive preso em um globo de cristal; além de comerciais animados, a empresa decidiu produzir seu primeiro longa-metragem, mostrando a vontade de Steve Jobs em inovar. Exatamente quando Toy Story, primeiro desenho animado feito totalmente em computação gráfica, estava para ser lançado em 1995, a parceria com a Disney virou realidade, apesar do contrato em vigência desde 1991. Nesse contrato, de 10 anos ou cinco filmes, na qual as duas empresas dividiriam os custos de produção e lucros, a Disney receberia 12.5% dos dividendos e os direitos dos filmes, além de cuidar da distribuição mundial.

Em uma década, a lista de sucessos da bem sucedida parceria impressionava: cinco filmes que renderam aproximadamente US$ 4 bilhões em bilheterias nos cinemas de todo o planeta e exatas duas dezenas de estatuetas do Oscar. Nesta altura, o peixinho Nemo e o astronauta intergaláctico Buzz Lightyear exerciam o mesmo encanto que transformou Mickey, Pateta e Peter Pan em ídolos das gerações anteriores. Com o final iminente de sua parceria com a PIXAR, em janeiro de 2006, a Disney comprou o estúdio de animação por US$ 7.4 bilhões e entregou o cargo de principal executivo de criação de todo o grupo para o talentoso John Lasseter. Enquanto isso, Steve Jobs tornou-se o maior acionista minoritário da Walt Disney Company: exatos 7%. A concretização do negócio tornou a PIXAR a joia da coroa do império iniciado por Walt Disney na década de 1920.
Desde sua fundação a PIXAR foi responsável por muitas descobertas importantes na aplicação de computação gráfica na produção de filmes desenvolvendo três softwares amplamente utilizados para a produção de animações e efeitos especiais em geral: Marionette (software responsável pela animação, modelagem e iluminação de cenas 3D), RingMaster (software de gerenciamento de projetos de animação) e RenderMan 11 (software para renderização para geração de imagens de realismo fotográfico de alta qualidade, utilizado pela própria empresa e comercializado através de licenças para outros estúdios). Recentemente, em 20 de abril de 2010, a PIXAR inaugurou uma nova unidade do estúdio no Canadá, mais precisamente na cidade de Vancouver. Essa foi a primeira unidade da PIXAR fora dos Estados Unidos, onde os animadores criam novos curtas de animação de aproximadamente 3 à 5 minutos com os principais personagens dos longas-metragens, como os já conhecidos “Cars Toon“, exibidos no Disney Channel.
A PIXAR é uma verdadeira máquina de criação que parece não parar nunca. Os futuros projetos, aguardados ansiosamente pelos ávidos fãs, são: em 2013 chegará às telas, em junho, uma nova animação dos simpáticos monstrengos Mike e Sulley, batizado de Universidade dos Monstros, além do curta-metragem The Blue Umbrella, onde um guarda-chuva azul apaixona-se por um vermelho em meio ao caos chuvoso de uma metrópole; para 2014 estreia The Good Dinosaur, animação cujo tema abordará se o asteroide que mudou a vida na Terra para sempre errasse o trajeto completamente e dinossauros gigantescos nunca se tornassem extintos; e em 2015 é a vez de Inside Mind (título ainda não confirmado oficialmente), que narrará uma viagem à mente humana. Já para 2016, a PIXAR pretende lançar pela primeira vez em sua história, dois filmes no mesmo ano: Uma animação ainda sem nome baseada no Día de los Muertos (Dia dos Mortos), que será ambientada no México; e Procurando Nemo 2 (a sequência do filme com o simpático peixinho palácio).

A Trajetória dos Filmes

1995 
 
TOY STORY. Primeiro longa-metragem da história completamente gerado por computador e distribuído pela Disney, foi lançado nos Estados Unidos em 22 de novembro, e definitivamente revolucionou o mundo dos desenhos, conquistando milhares de espectadores. Os personagens centrais do filme são brinquedos do quarto de um menino de seis anos, Andy, e é contado, em sua maioria, pelo ponto de vista deles. O menino está fazendo aniversário e os brinquedos estão apavorados, pois temem ser substituídos por um novo brinquedo muito mais moderno. Pois é, isso acontece, e Wood, um caubói, e brinquedo preferido de Andy, é substituído por Buzz Lightyear, um astronauta intergaláctico. É aí que começa a aventura dos brinquedos. O menino, sua irmã Molly e sua mãe possuem papéis menores, assim como o vizinho Sid, seu pitbull Scud e sua irmã Hannah. Além de inovador, o filme contou com as vozes de dois atores famosos: Tom Hanks (O Resgate do Soldado Ryan) para Woody e Tim Allen (Um Natal Muito, Muito Louco) para Buzz. O filme arrecadou aproximadamente US$ 362 milhões em bilheteria no mundo inteiro.

1998 
 
A BUG’s LIFE (Vida de Inseto). Segunda animação lançada comercialmente pela PIXAR em parceria com a Disney, o filme que estreou oficialmente no dia 25 de novembro se passa no mundo dos insetos, onde as formigas são manipuladas pelos gafanhotos, que todos os anos exigem uma quantia de comida. Se as formigas não cumprirem essa exigência, os gafanhotos ameaçam atacar o formigueiro. Mas, em certo ano, houve um problema com a “oferenda”. É quando FLIK, uma formiga azul cansada de ser oprimida e protagonista do filme, sai em busca de outros insetos dispostos a ajudar o formigueiro a combater os terríveis gafanhotos. O filme arrecadou US$ 363.3 milhões em bilheteria.


1999
 
TOY STORY 2. O filme, uma continuação do primeiro, começa quando Andy vai para um acampamento de verão. Enquanto isso, seus brinquedos o esperam em sua casa. Mas, Woody, o boneco caubói (e um dos brinquedos preferidos do menino), acaba sendo roubado por um colecionador de bonecos chamado Al. Os outros brinquedos entram em pânico e, liderados pelo astronauta intergaláctico Buzz Lightyear, planejam uma estratégia para resgatar o amigo daquele ladrão. Enquanto isso, já na casa de Al, Woody conhece a cowgirl Jessie, o cavalo Bala no Alvo e o Mineiro, e descobre que é um raríssimo boneco de uma série de televisão dos anos 60 e que será vendido, junto com os novos amigos, para um museu no Japão. Diante da nova situação, ele terá que decidir entre ficar com o menino Andy e fazer parte da vida de uma criança ou ir para o museu e ficar para sempre sendo observado por visitantes. O filme que estreou nos cinemas no dia 24 de novembro faturou mais de US$ 485 milhões em bilheteria e se transformou em outro grande sucesso.



2001 
 
MONSTERS, INC. O filme conta a história de monstros que assustam crianças para gerar energia para seu mundo. A cidade em que se desenrola boa parte da ação, Monstrópolis, é bem similar ao mundo dos humanos, exceto pelos seus habitantes: monstros, com todos os caracteres: chifres, dentes afiados, cores berrantes, partes do corpo com tamanho desproporcional, pêlos, garras, aspecto asqueroso, etc. Entre todos os monstros que lá trabalham o mais assustador de todos é James P. Sullivan, um grande e intimidador monstro de pêlo azul e chifres, que é carinhosamente chamado de Sulley por seus amigos. Seu assistente é Mike Wzowski, um pequeno ser de um olho só, com quem tem por missão assustar as crianças, que são consideradas tóxicas pelos monstros e cujo contato com eles seria catastrófico para seu mundo. Porém, ao visitar o mundo dos humanos a trabalho, Mike e Sulley conhecem a simpática garota Boo que acaba sem querer indo parar no mundo dos monstros e provoca verdadeiro pânico na cidade. O elenco de dublagem tinha nomes como Billy Crystal, John Goodman, Steve Buscemi e James Coburn. O filme levou a primeira estatueta do Oscar (Melhor Canção Original) para a prateleira da PIXAR. Somente nos nove primeiros dias no mercado americano, o filme que estreou no dia 2 de novembro arrecadou cerca de US$ 100 milhões. O filme arrecadou no total aproximadamente US$ 556 milhões em bilheteria no mundo inteiro.

2003 
 
FINDING NEMO (Procurando Nemo). Primeiro filme dos estúdios PIXAR a ser lançado durante o verão nos Estados Unidos, conta a história de Marlin, um peixe-palhaço que perde quase toda a família durante o ataque de um predador (uma barracuda), e assim, torna-se um pai super protetor de seu único filho, Nemo. O problema é que tanta proteção acaba envergonhando o peixinho na frente dos colegas, e para provar ao pai que pode se virar sozinho ele resolve nadar em mar aberto, quando é capturado por um mergulhador, e levado para a cidade de Sydney na Austrália. Decidido a encontrá-lo o pai nada pela imensidão do oceano, enfrentando todo tipo de perigo ao lado de Dory, um peixinho (fêmea) muito simpático, mas com um grave problema de perda de memória recente. Nesta deliciosa aventura no fundo do mar, todos os tipos de criaturas marinhas dão o ar da graça. Peixes de todas as espécies, cavalos-marinhos, tubarões, águas-vivas, tartarugas, baleias, entre outros seres aquáticos. Todo o colorido da fauna e flora subaquática contagia a tela do cinema e seduz o espectador. A trama, então, se divide: parte do filme acompanha a viagem de Marlin mar afora e outra parte mostra a nova vida de Nemo aprisionado em um aquário em Sydney com seus novos amigos. Para criar detalhes tão perfeitos, vários artistas mergulharam por muito tempo para ver como realmente era o fundo do mar e poder recriá-lo com precisão. Tornou-se o filme animado de maior sucesso da história do cinema na época e um verdadeiro fenômeno, que arrecadou US$ 921.6 milhões em bilheteria no mundo inteiro, além de vender mais de 25 milhões de DVDs. Tudo isso com um custo de apenas US$ 94 milhões para sua produção. O filme venceu o Oscar de Melhor Animação, além de ser indicado aos prêmios de Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Edição de Som e Melhor Roteiro Original.

2004 
 
THE INCREDIBLES (Os Incríveis). O filme, lançado em 5 de novembro nos Estados Unidos, é protagonizado por uma família de super-heróis, que tenta viver tranquilamente, mas é forçada a entrar em ação para salvar o mundo. Roberto Pêra (voz de Craig T. Nelson) já foi o maior herói do planeta, salvando vidas e combatendo o mau todos os dias, sob o codinome de Senhor Incrível. Porém, após salvar um homem do suicídio, é processado e condenado na justiça. Uma série de processos seguintes obrigou o governo desembolsar uma alta quantia para pagar as indenizações, fazendo com que a opinião pública se voltasse contra os super-heróis. Em reconhecimento aos serviços prestados, o governo faz a eles uma oferta: que levem suas vidas como pessoas normais, sem demonstrar que possuem super poderes, recebendo em troca uma pensão anual. Quinze anos depois, Roberto leva uma vida pacata ao lado de sua esposa Helen (voz de Holly Hunter), que foi a super-heroína Mulher-Elástica, e seus três filhos. Roberto agora trabalha em uma seguradora e luta para combater o tédio da vida de casado e o peso extra. Com vontade de retomar a vida de herói, ele tem a grande chance quando surge um comunicado misterioso, que o convida para uma missão secreta em uma ilha remota. O roteiro foi escrito e desenvolvido por Brad Bird, ex-diretor de Family Dog e Os Simpsons. Foi originalmente desenvolvido como um filme animado tradicionalmente, porém depois que a Warner Bros. fechou sua divisão de animação, Brad Bird se mudou para a PIXAR, levando a história consigo. O DVD do filme, lançado em março de 2005 nos Estados Unidos, vendeu em apenas um dia 5 milhões de unidades. O filme arrecadou US$ 631.4 milhões no mundo inteiro.

2006 
 
CARS (Carros). O filme, lançado em 9 de junho nos Estados Unidos, conta a história de Lightning McQueen (dublado por Owen Wilson), um carro de corrida novato e ambicioso, percebendo logo que o importante é o percurso, e não somente cruzar a linha de chegada, ao pegar um atalho inesperado que o leva à pacata cidade de Radiator Springs à beira da famosa Rota 66. Cruzando o país para competir contra dois veteranos profissionais na famosa Copa do Pistão, na Califórnia, McQueen acaba fazendo amizade com os estranhos residentes locais - a bela máquina Sally (uma Porsche 2002, dublada por Bonnie Hunt), Doc Hudson (um Hudson Hornet 1951 com um passado misterioso, dublado por Paul Newman), e Mate (um velho, porém confiável reboque dublado por Larry The Cable Guy). Eles o ajudam a ver que há coisas mais importantes que troféus, fama e patrocínios. O filme também propõe uma reflexão sobre como a construção de grandes rodovias interestaduais acabaram com as pequenas cidades que viviam do movimento dos viajantes das antigas e tortuosas estradas que caíram em esquecimento. Tudo isso faz de “Carros” um filme divertido e instrutivo, com uma fantástica trilha sonora ao fundo. O filme foi produzido e criado com um conjunto de computadores quatro vezes mais poderoso do que os utilizados em “Os Incríveis”, tornando o visual do filme e os detalhes ainda mais incríveis. O filme arrecadou aproximadamente US$ 462 milhões em bilheteria no mundo inteiro.

2007 
 
RATATOUILLE. O filme, que foi lançado em 29 de junho nos Estados Unidos, conta a história de Rémy, um rato que vive em Paris e sonha em se tornar um chefe de cozinha, mas o fato dele não ser humano pode atrapalhar seus planos. Por isso, forma uma improvável parceria com Linguini, o novo ajudante de cozinha do renomado restaurante Gusteau’s. Apesar dos aparentes perigos de ser um inadequado – e certamente indesejado – visitante na cozinha do sofisticado restaurante francês, a paixão de Rémy pela arte culinária não demora a colocar em marcha acelerada uma engraçada e eletrizante corrida de ratos que invade o mundo da culinária parisiense. O personagem então se sente dividido entre sua vocação e a obrigação de voltar para sempre à sua prévia existência de rato. Ele aprende a verdade sobre amizade, família e entende que sua única opção é a de aceitar quem ele é realmente: um rato que deseja ser chefe de cozinha. O filme arrecadou aproximadamente US$ 624 milhões em bilheteria no mundo inteiro.

2008 
 
WALL-E. O filme, que estreou no dia 27 de junho nos Estados Unidos, é uma ficção-científica sobre robôs e os rumos da humanidade caso continuemos destruindo o planeta como fazemos há séculos. A trama seria a seguinte: em 2.700, a Terra teria tornado-se tão tóxica que os humanos foram obrigados a abandoná-la e a viver em uma nave na órbita do planeta. Entretanto, desejam limpar todo o lixo da Terra, e para isso contratam uma empresa para desintoxicá-la. Claro, os funcionários se tratam de robôs, que começam a apresentar problemas devido ao imenso fluxo de trabalho. Apenas um, Wall•E (acrônimo para Waste Allocation Load Lifters - Earth-Class, em português, Elevador de Detritos – Classe-Terra), continua seu interminável trabalho. Sozinho, acompanhado de Spot, uma barata de estimação, começa a se interessar pela vida humana e passa a colecionar objetos que nos pertenceram, incluindo um vídeo-cassete e uma cópia do filme Alô Dolly, que na época da trama teria mais de 700 anos e se tornaria sua única referência ao nosso modo de vida. Depois de algum tempo o pequeno robô se encontra com os humanos, que não gozam de boa saúde por serem preguiçosos e sedentários demais — se tornaram obesos. Somente no primeiro fim de semana de estréia nos Estados Unidos o filme faturou US$ 62 milhões. O filme arrecadou US$ 521.3 milhões em bilheteria no mundo inteiro.

2009 
 
Up (Up: Altas Aventuras). O filme, que estreou no dia 29 de maio nos Estados Unidos e foi apresentado em 3D, conta a edificante história de um velhinho viúvo de 78 anos chamado Carl Fredricksen, que passou a vida sonhando em explorar o planeta e viver plenamente a vida. Até que um plano mirabolante invade sua cabeça teimosa: fazer sua casa inteira levantar vôo, presa a milhares de balões, e transportá-la dos Estados Unidos a um lugar em meio às montanhas de uma floresta na América do Sul. Um erro de percurso faz sua casa cair e ele tem de seguir sua viagem a pé, com a ajuda de Russell, um escoteiro gordinho de apenas oitos anos de idade e muito dedicado. Mas nessa jornada eles vão enfrentar muitos vilões, bestas e, o que é pior, fazer suas refeições sempre às 3h30 da tarde. Em menos de seis meses o filme arrecadou US$ 731 milhões em bilheteria no mundo inteiro.

2010
 
TOY STORY 3: O terceiro filme da série, agora em 3D, estreou no dia 18 de junho nos Estados Unidos contando a história de Andy, agora com 17 anos, indo para a faculdade e precisando decidir o que vai fazer com seus brinquedos; se vão para o sótão ou para o lixo. Depois de ensacar todos os brinquedos (exceto Woody, pois iria levá-lo para faculdade), sua mãe o confunde com um saco de lixo qualquer e os brinquedos vão parar na sarjeta. Woody avisa aos companheiros que Andy os iria colocar no sótão, porém eles não acreditam e vão para a creche Sunnyside. Algum tempo depois, eles descobrem que Woody falava a verdade, e tentam voltar para casa. Mas essa volta pode não ser tão fácil quanto eles pensam. A saga encerra a aventura do caubói Woody e do astronauta intergaláctico Buzz Lightyear, que consumiu US$ 200 milhões e mais de mil dias de trabalho de um batalhão de animadores, técnicos e dubladores. Em seu primeiro fim de semana de estreia o filme arrecadou mais de US$ 109 milhões somente nos Estados Unidos. Ao todo, o filme arrecadou impressionantes US$ 1.063 bilhões.

2011 
 
CARS 2 (Carros 2): O filme estreou no dia 24 de junho nos Estados Unidos como a seqüência do famoso Carros. Na animação, Relâmpago McQueen e Mate viajam pela Ásia e pela Europa para a Corrida dos Campeões, que se passa em vários países e envolve campeões de modalidades distintas, como por exemplo, a Fórmula 1 e os ralis. Mas eles nem desconfiam que uma intriga de espionagem está se desenrolando nos bastidores. A seqüência do filme original expande os horizontes e transforma a ação digna de um filme de James Bond, com cenas em Tóquio, Paris, Londres e, claro, na terra natal dos personagens, Radiator Springs, no interior dos Estados Unidos, onde Mate, com seu jeito simples e ingênuo, vive de guinchar carros quebrados e exibir suas ferrugens e batidas, que são as lembranças de momentos alegres de sua vida. O filme arrecadou aproximadamente US$ 560 milhões em bilheteria no mundo inteiro.

2012 
 
BRAVE (Valente): O filme que estreou no dia 22 de junho nos cinemas americanos em 3D, conta a história de Merida, uma princesa rebelde de cabelos vermelhos que foi criada por sua mãe para ser a sucessora do reino. Porém, a jovem, uma princesa bem diferente das frágeis figuras apresentadas em outros contos de fadas, é contra as tradições e costumes do reino e se recusa a ficar dentro do castelo, aprendendo tarefas femininas para se tornar apenas mais uma esposa para o filho de algum lorde. Ela sonha com a liberdade e desafia até seus pais para conquistá-la. Porém, a habilidosa arqueira não poderia imaginar que suas ações poderiam desencadear graves acontecimentos para o reino, causando caos e fúria. A equipe de criação viajou várias vezes para a Escócia a procura de paisagens, tipos físicos, castelos medievais e tecidos que pudessem dar mais realismo à animação. Além de levar aos cinemas uma lenda celta da Escócia Medieval, a animação marcou a estreia de uma protagonista feminina nas animações da PIXAR. O filme arrecadou aproximadamente US$ 555 milhões em bilheteria no mundo inteiro.


2013 
 
MONSTERS UNIVERSITY (Universidade Monstros): Com estreia em 21 de junho, o novo filme da PIXAR se passa aproximadamente dez anos antes de Monsters, Inc., quando Mike Wazowski e James P. Sullivan estão na universidade. Entre eles, diferente do primeiro filme em que são amigos, há uma rivalidade e eles são inimigos. O filme mostra os desafios enfrentados pela dupla na Universidade, e como começou a amizade, apesar de serem rivais na época. É na universidade que os dois começam a projetar a empresa dos sonhos: Monsters, Inc. (a maior empresa com profissionais de sustos de mundo).

A Empresa

A PIXAR não faz apenas filmes, a PIXAR faz dinheiro. E muito dinheiro. Todos os filmes são estendidos às prateleiras de lojas de brinquedos e outras centenas de produtos licenciados, rendendo lucros para o estúdio por muito tempo, além das bilheterias. Por isso cada personagem deve ser pensado da maneira mais carismática possível, pois deve agradar às crianças e também aos pais. A PIXAR ANIMATION STUDIOS é apontada hoje como a mais bem sucedida empresa de produções de filmes de animação do planeta. E não é para menos. Somados, os 13 filmes já lançados faturaram mais de US$ 7.8 bilhões apenas em bilheterias nos cinemas, valor que sobe para mais de US$ 40 bilhões se a conta incluir a verba obtida com licenciamento de produtos e vendas de DVD. Somente a franquia Toy Story já aproximadamente US$ 10 bilhões em licenciamento e bilheterias. Nada mal para um estúdio que gastou “apenas” US$ 1.75 bilhões em todos eles. Além dos longas-metragens a PIXAR já produziu mais de 20 curtas-metragens que também rendem um bom dinheiro para o estúdio. Difícil encontrar um verdadeiro fã de animações que não se apaixone por essas pequenas histórias e personagens carismáticos que a PIXAR dá vida.
As instalações da sede da PIXAR ANIMATION STUDIOS, uma antiga fábrica de processamento de frutas, transformada em um moderníssimo estúdio com mais de 20.000m², localizado em Emeryville, um calmo subúrbio entre as cidades de San Francisco e Oakland na Califórnia, foram inauguradas em novembro de 2000 ao custo de US$ 88 milhões, para que mais de 800 dos melhores animadores e técnicos da indústria trabalhassem em 3 mil computadores. A “fábrica” (The Factory), como é chamada a sede do estúdio, não se esconde: tem um ostensivo letreiro na entrada onde se pode ler PIXAR ANIMATION STUDIOS. E, dentro de seus portões, impressionam os jardins e o campo de futebol. O imenso edifício-sede, de dois andares, é construído com madeira e tijolos. Surpresa para quem espera a frieza do alumínio e do aço, arquitetura habitual das empresas de tecnologia. Existe um conceito forte em cada tijolo daquele edifício: Have Fun. Divirta-se. Trabalhe quando e como quiser.

Logo na recepção, em “tamanho real”, a simpática dupla de monstrengos Sulley e Mike, do filme Monstros S.A., e Guido e Relâmpago McQueen, da animação Carros, recebem os visitantes. Nas paredes, pôsteres em várias línguas e enormes telas reproduzindo cenas do filme Ratatouille. A decoração é totalmente influenciada pelos filmes. Uma sala de reuniões tem como tema o astral inspirado na lendária Rota 66, do filme Carros. Patinetes podem ser vistos por todos os lados. Passada a recepção, está situado um pátio com teto de vidro iluminado pela luz natural do sol. Nas paredes, cartazes dos filmes produzidos em japonês, italiano, alemão. Provas do sucesso global que as animações alcançam em todas as culturas. Artistas e técnicos cruzam o grande espaço com seus patinetes ou skates. São todos jovens, vestem camisas havaianas ou camisetas, bermudas e tênis ou sandálias. Descontração total. A grande atração desse pátio de entrada é uma passarela. Lá acontecem disputadíssimos concursos de aviões de papel. O segundo andar é dividido em duas metades: técnicos de um lado, artistas do outro. Ironicamente, a metade técnica parece ser mais divertida e anárquica do que a artística. É lá que o presidente, John Lasseter, dá suas festas às terças-feiras. Ali também está o terraço com vista para os gramados, onde Steve Jobs marcava suas reuniões.
Os objetos expostos no corredor dos técnicos estão relacionados aos filmes já realizados. Modelos em gesso, esboços, maquetes. Ali está uma lembrança de que mesmo a mais avançada das tecnologias ainda começa seu processo de definição com papel, lápis, tinta e mão na massa. Cada técnico tem sua sala, e não existe uma que seja igual à outra. Todos os funcionários do estúdio, sem exceção, comungam do espírito enriquecedor do lugar. Cada funcionário tem o direito de fazer o que quiser com seu espaço de trabalho. Paredes coloridas, lava lamps (aquele abajur psicodélico), ukeleles (tipo de cavaquinho havaiano), brinquedos e os mais variados bonecos estão espalhados pelas mesas de trabalho. Decorar a sala como se fosse uma cabana do velho oeste? Uma vila mexicana? Nas ilhas do Pacífico com autênticas máscaras da Polinésia? Eles dão o maior apoio. Entre uma sala e outra existe sempre algum tipo de diversão. Uma sala, uma mesa de xadrez, outra sala, um piano, mais um par de escritórios, um videogame, alvos para dardos, um fliperama. A cada 20 metros, uma mini cafeteria com sua máquina de espresso. Em uma esquina do andar está cuidadosamente exposta a coleção vistosa de Oscar, Clio, Anima Mundi e outros prêmios internacionais que o estúdio já ganhou em cinema e publicidade. Por trás dos troféus, desenhos feitos por crianças de vários países com os personagens criados pela PIXAR. Em uma das salas do estúdio está um item tecnologicamente impressionante: uma impressora capaz de imprimir modelos tridimensionais. Ou seja, é só mandar imprimir e o resultado vai ser uma estátua física e colorida do personagem ou elemento em questão.
E não para por aí. Quem carrega o crachá da empresa tem o privilégio de freqüentar os cursos da UNIVERSIDADE PIXAR, criada em 2003. Localizada em um prédio ao lado dos escritórios, ela promove cursos de especialização de todo tipo, de técnicas de animação de última geração à cultura dos nativos norte-americanos. Do lado de fora, bucólicas ruelas levam a outros espaços comunitários. Quadras esportivas, piscinas e até mesmo um pequeno anfiteatro estão sempre à disposição de todos. Apesar das partidas de mini-golfe pelos corredores, das bermudas e das competições de aviões de papel, todos sabem que o trabalho ali é duro. O comprometimento total é o que importa. Ao lado do refeitório, a sala de jogos, com sinuca e pingue-pongue, está sempre aberta. É um verdadeiro paraíso do labor.

O Gênio por trás da marca

Ele é o Midas da animação. John Alan Lasseter nasceu no dia 12 de janeiro de 1957 em Hollywood (Los Angeles, Califórnia). Filho de um vendedor de carros e de uma professora de artes, ele se interessou muito cedo por histórias e contos de fada, mais especialmente filmes produzidos em animação, decidindo assim, desde jovem, que seu caminho realmente seria se tornar um animador. Em 1975, ingressou no curso de animação da badalada California Institute of Arts de Los Angeles. Ali, ao lado de colegas como os futuros diretores Tim Burton e Brad Bird (com quem trabalharia na animação sobre super-heróis Os Incríveis), ele fez seus primeiros desenhos animados. Em meados dos anos 80, fez uma aposta arriscada. Animador recém-formado, ele tinha aquilo que qualquer profissional da área ambicionava: um emprego nos estúdios Disney. Mas, seduzido por uma novidade em que poucos acreditavam, a animação digital, ele se bandeou da empresa número 1 do setor (na verdade foi demitido) para um ateliê que dava os primeiros passos no uso do computador para produzir desenhos animados. Era, de fato, um negócio de visionários: logo esse estúdio incipiente se tornaria propriedade de um certo senhor chamado Steve Jobs. Começava então uma verdadeira revolução. A presença de Lasseter foi fundamental para que a PIXAR se tornasse essa potência de hoje. Ninguém personifica melhor do que ele a revolução por que passou o mundo da animação nos últimos anos. Dirigiu o primeiro sucesso do estúdio, Toy Story (1995), um divisor de águas a partir do qual o formato digital passou a ditar as tendências no segmento. Mesmo quando ele se abstém de dirigir, é sua visão arrojada que norteia produções como Monstros S.A. e Os Incríveis. É por isso que ele tem sido chamado de “O Walt Disney do século XXI”. Ele vive um momento especial. Ele está de volta à empresa em que começou sua trajetória – mas como chefão.
Em janeiro de 2006, depois de anos assolada por uma crise criativa que a tornou perigosamente dependente das produções da parceira com a PIXAR para fechar seus balanços, a Disney achou uma forma de resolver o problema: comprou sua galinha dos ovos de ouro. Foi então que ele assumiu o comando da área de animação da Disney, além de continuar dando as cartas na PIXAR, se tornando um dos gênios mais poderosos e influentes de Hollywood. Quatro décadas depois da morte do fundador Walt Disney, surgia um profissional de criação tão visionário. Por isso muitos passaram a acreditar que ele preencheria o vazio criativo deixado pelo idealizador de Mickey Mouse e Pato Donald. A primeira visita dele aos estúdios da Disney após a compra da PIXAR foi um exemplo disso. Aplaudindo-o efusivamente uma multidão de artistas da equipe foi recebê-lo, o que comprovava o prestígio que desfruta entre seus pares. A atuação de John pós-aquisição deu resultados quase imediatos. O lucro da divisão de filmes do grupo Disney subiu 64% entre 2006 e 2007, enquanto o dos parques, que incorporaram personagens da PIXAR, cresceu 11%. Ele é uma figura que não faria feio como personagem de seus filmes. Bonachão, não abdica por nada de suas extravagantes camisas havaianas coloridas e jeans, e seus olhos brilham diante dos brinquedos inspirados em seus filmes. “Não raro, me pego conversando com eles”, diz. A própria PIXAR, aliás, foi moldada à imagem e semelhança de seu líder. Em 2011, ele alcançou o reconhecimento máximo ganhando uma estrela na calçada da fama na Hollywood Boulevard por sua contribuição para o cinema. Nada mais justo para um verdadeiro gênio.

A Marca

Ao longo dos anos a identidade visual da PIXAR passou por algumas modificações. Desde o logo original (que continha um quadrado azul), passando pelo que tinha como símbolo a mascote da marca (uma simpática luminária) até o atual, o logotipo foi se tornando mais limpo e simples.
Os filmes do estúdio de animação, que empregam mais de 1.250 pessoas, são distribuídos em mais de 120 países utilizando toda a gigante estrutura do Grupo Disney. Além da arrecadação de bilheteria, o estúdio fatura alto com o licenciamento de produtos dos mais variados, como por exemplo, jogos de computadores e videogames, roupas, brinquedos, relógios, objetos de decoração, etc.