Mickey
Mouse é um personagem criado por Walt Disney e Ub Iwerks em 1928.
Devido à sua história e popularidade, Mickey acabou se
tornando um símbolo para a Disney, além de ser uma figura de
extrema importância para a indústria do entretenimento.
História
Tudo
começou no início de 1928, quando Walt Disney voltava de trem de
Nova York para Los Angeles. Ele estava arrasado, pois havia perdido
para o distribuidor Charles Mintz os direitos autorais do Coelho
Oswald – até então, seu personagem de maior aceitação popular.
Na viagem, Disney se lembrou de um camundongo com quem ele e o
animador Ub Iwerks dividiam o estúdio. Rabiscou um ratinho no
guardanapo, batizou-o de Mortimer e perguntou a opinião da mulher,
Lilian. Ela aprovou a ideia, mas disse que, com aquele nome, o
pobrezinho não iria longe. Sugeriu Mickey. O marido aceitou a
contragosto.
Iwerks
deu os retoques finais no visual da figura, composta basicamente por
círculos. A extrema velocidade com que desenhava (em média, 700
cenas num só dia) permitiu que, ainda naquele ano, fossem produzidos
três episódios estrelados pelo roedor. O toque de gênio, no
entanto, veio quando Disney decidiu incluir nos filmes sons
sincronizados com o movimento das imagens, uma novidade na época –
missão cumprida pelo maestro Carl Edouard e sua orquestra.
Assim,
em 18 de novembro de 1928 estreou no Colony Theater de Nova York
o curta-metragem “Steamboat Willie” (O Vapor Willie), que,
além de ser o primeiro desenho animado sonoro da história,
apresentou ao mundo o simpático Mickey Mouse – e ele jamais foi
esquecido.
O
Personagem
Mickey
é uma figura naturalmente otimista e alegre. Dono de um coração
bom, conquista todos ao seu redor com seu carisma e simpatia, e está
sempre ao lado de sua namorada Minnie, seus amigos Pateta, Horácio e
Clarabela, e seu fiel cão Pluto. Tem ainda dois sobrinhos chamados
Chiquinho e Francisquinho.
Além
de tudo isso, Mickey é com certeza um herói. Está sempre pronto
para combater injustiças, e costuma enfrentar principalmente os
vilões João Bafo de Onça e Mancha Negra – e ainda o arrogante
Ranulfo, que vive tentando roubar sua namorada. Nas histórias em
quadrinhos, Mickey pode ser visto ainda como um detetive,
investigando crimes e prendendo bandidos ao lado de Pateta e o
Coronel Cintra.
O
estilo “bonzinho” chegou a causar problemas para Mickey. A medida
que o camundongo foi se tornando um símbolo para a Disney, ficou
cada vez mais difícil criar histórias para ele. Se, por exemplo,
ele fosse visto perdendo a paciência, os fãs escreveriam para o
edtúdio dizendo: “Mickey jamais faria isso”.
Televisão
Mickey
também apareceu em várias séries e programas de TV. Um dos mais
importantes foi o “Clube do Mickey” (Mickey Mouse Club), lançado
em 1955 pela rede americana ABC. Apresentado por um grupo de
adolescentes (que usavam chapéus com orelhas do Mickey) chamados de
Mouseketeers, o programa trazia muita música, dança e desenhos
clássicos da Disney. Esta primeira versão do programa ficou no ar
até 1959, mas em 1977 foi lançado o “The New Mickey Mouse Club”.
Em 1989 surgiu o “The All-New Mickey Mouse Club”, de onde saíram
os astros da música pop Britney Spears, Christina Aguilera e Justin
Timberlake.
Entre
as séries animadas protagonizadas por Mickey, se destacam o “Mickey
Mouse Works”, de 1999, que apresentava vários desenhos do Mickey,
Minnie, Pateta, Prof. Ludovico, entre outros; e “O Point do
Mickey”, de 2001, na qual o camundongo era dono de uma casa de
shows que exibia diversos desenhos da Disney. Mais recentemente,
estreou no Disney Channel a série “A Casa do Mickey Mouse”
(Mickey Mouse Clubhouse), na qual o rato e seus amigos aparecem em
3D.
Filmes
O
primeiro longa-metragem que contou com a participação de Mickey foi
o aclamado “Fantasia”, de 1940. O camundongo protagonizou o
segmento mais conhecido do filme. Sessenta anos depois, “O Aprendiz
de Feiticeiro” ganhou uma versão digitalizada no filme “Fantasia
2000″.
No
decorrer da década de 40, a Disney passou a lançar filmes de
orçamento baixo, que eram basicamente vários curta-metragens
interligados. O segundo longa-metragem do Mickey foi um filme desse
tipo: “Como É Bom se Divertir” (Fun and Fancy Free), no qual
estrelou ao lado de Pateta e Donald uma nova versão do conto “João
e o Pé de Feijão”.
Nos
últimos anos, foram lançados diversos filmes do Mickey em DVD:
“Aconteceu no Natal do Mickey” (1999), “Mickey, Donald e Pateta
em Os Três Mosqueteiros” (2004), e outros.
Quadrinhos
Mickey
estreou nas tiras de jornal em 1930, pouco mais de um ano após seu
surgimento nas telas dos cinemas. Durante o primeiro mês de
publicação, a arte das piadinhas diárias ficou sob a
responsabilidade de Ub Iwerks, que também trabalhava com as
aventuras cinematográficas do ratinho. O próprio Walt Disney
escreveu o roteiro das dez gags iniciais, baseando-se no desenho
animado “Plane Crazy” (O Avião do Mickey), de 1928.
Nas
tiras publicadas em jornais, escritas e desenhadas por Floyd
Gottfredson, e ao longo das décadas de 1930, 1940 e 1950, Mickey
começou a apresentar uma faceta mais detetivesca e heróica que não
estava tão presente em sua versão cinematográfica. Logo em seus
primeiros anos, Mickey enfrentou grandes vilões como João
Bafo-de-Onça e Mancha Negra. No início dos anos 50, o quadrinista
Paul Murry começou a ilustrar histórias mais longas para as
revistas em quadrinhos. Nelas, com o auxílio de Pateta, Minnie,
Pluto e outros amigos, Mickey começou a se envolver em tramas mais
complexas e em casos cada vez mais difíceis de solucionar.
No
Brasil, os quadrinhos do Mickey apareceram no início da década de
1930, na revista “O Tico-Tico”. Na época, o personagem era
chamado de Ratinho Curioso. Só em 1933 ele recebeu o nome original.
Um ano depois, as aventuras começaram a sair no Suplemento
Juvenil
e, em julho de 1950, com o lançamento da revista O
Pato Donald
pela Editora Abril, as histórias do Mickey passaram a ser publicadas
regularmente e os leitores puderam acompanhar suas aventuras. Já na
primeira edição de O
Pato Donald,
Mickey enfrenta vários perigos em A
Selva Mágica.
A
revista em quadrinhos brasileira do Mickey foi lançada pela Editora
Abril em outubro de 1952. A edição de estreia trazia uma história
da Cinderela, que ocupava 27 das 52 páginas da publicação. De
resto, não havia mais nenhuma HQ - as demais páginas
apresentavam textos ilustrados e atrações lúdicas. O
Horóscopo do Pateta,
por exemplo, fazia previsões astrológicas esdrúxulas; Vamos
Brincar de Gato e Rato?
apresentava um jogo de pista com Zezé, Tatá e Lúcifer; e o
Almanaque
da Vovó Donalda
revelava que a velhota enviuvou porque o marido, Donaldo Patadas,
afogou-se na Lagoa dos Patos. Havia ainda o informativo Em
Cima da Hora,
paródia do extinto jornal Última
Hora.
A seção festejava a conquista do Panamericano de Futebol, na época
a maior glória da seleção brasileira. Mas o mais surpreendente na
revista era que, apesar do título, Mickey não aparecia na capa. Ele
precisou esperar nove edições para dar as caras na primeira página
do próprio gibi!
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