sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Nike



A idéia de criar a NIKE surgiu de um projeto de MBA de Phil Knight, um ex-atleta de corridas de média distância da universidade de Oregon, enquanto este freqüentava o curso de gestão administrativa da tradicional universidade de Standford. Ele acreditava que, ao importar tênis que eram fabricados no Japão, utilizando mão-de-obra barata, poderia conquistar uma parcela de mercado da marca alemã Adidas. Começou então pelos tênis de atletismo. Em 1963 foi ao Japão negociar com a marca Tiger a importação e representação de tênis para atletismo, com o objetivo de introduzi-los no mercado americano, que até aquele momento era dominado por marcas alemãs. No ano seguinte a primeira remessa de 300 pares da Tiger chegava à cidade de Portland, no Oregon, costa oeste dos Estados Unidos, em nome da empresa Blue Ribbon Sports, que Phil Knight e Bill Bowerman, seu treinador de atletismo na universidade de Oregon, haviam criado em 25 de janeiro com apenas US$ 1.000 e um aperto de mão. No primeiro ano a empresa faturou US$ 8.000.
Bill prontamente modificou o modelo, incorporando ao tênis a primeira entressola completamente acolchoada, inovação radical para a época. O tênis caiu no gosto do público e tornou-se o modelo da Tiger mais vendido em 1968. A dedicação à corrida era tanta que ambos sentiram a necessidade de um tênis que pudesse contribuir para a melhoria do desempenho do atleta. Bowerman decidiu então, em 1970, testar um solado de forma inusitada, mas que acabou dando certo: em sua cozinha despejou borracha na chapa de waffles da esposa para criar um solado melhor, mais leve e durável. Surgia então um tênis com uma sola leve e ondulada, muito mais aderente e considerada revolucionária para a época. Começaram então a produzirem seus próprios tênis.
Esta parceria não poderia ser melhor, além de grandes amigos, ambos entendiam do negócio que estavam começando. Enquanto Phil vendia os tênis no porta-malas de seu carro nas competições de atletismo realizadas pelo território americano, Bill cuidava do desenvolvimento e design de novos modelos. A partir daqui a tecnologia ligada ao esporte nunca mais seria a mesma. Mas os novos tênis com a primeira entressola inteiriça da história, que seriam produzidos inicialmente no México, precisavam de uma marca.E isto aconteceu no ano de 1971, quando a jovem estudante de design gráfico, Carolyn Davidson, criou por míseros US$ 35 o famoso símbolo da marca, chamado Swoosh. O nome Nike surgiu logo depois e foi por sugestão de Jeff Johnson, ex-rival de Phil nas pistas de atletismo e primeiro funcionário da Blue Ribbon Sports, que havia sonhado com a Deusa grega da vitória, “NIKÉ” (pronuncia-se niqué). Diziam os gregos que a Deusa podia voar e correr em grandes velocidades. E nada mais apropriado para a nova marca que surgia.A primeira aparição oficial da marca em eventos esportivos foi em 1972, nas classificatórias olímpicas realizadas no Oregon. Os atletas da maratona que usaram o tênis NIKE CORTEZ classificaram-se entre o 4º e o 7º lugar, enquanto os atletas da marca Adidas conquistaram os primeiros três lugares. Para promover a marca, a empresa confeccionou camisetas distribuídas durante as eliminatórias, sendo o primeiro item de vestuário da NIKE. Desde os corredores até fãs e juízes usaram as camisetas. Foi neste mesmo ano que o Canadá se tornou o primeiro país estrangeiro a receber os produtos da marca. Neste período Bowerman melhorou o material das solas utilizando borracha mais flexível, mais elástica e menos compacta. Em 1976, nas eliminatórias olímpicas americanas na cidade de Eugene, os tênis NIKE eram vistos em abundância nos pés de jovens promessas do atletismo.

Sua verdadeira expansão internacional começou em 1978, ano em que a empresa passou a ser oficialmente chamada NIKE Inc., com a entrada no mercado sul-americano e distribuição dos produtos no continente europeu. O ano de 1980 foi marcado pela inauguração do primeiro laboratório de pesquisa e desenvolvimento da empresa, onde era possível testar vários aspectos da biomecânica e da fisiologia do corpo humano. Pouco depois, em 1982, ingressou no mercado europeu de futebol ao firmar contrato de patrocínio com o time francês do Paris Saint-Germain. Nesta época a empresa já possuía uma linha de tênis com mais de 200 modelos. No final desta década, em 1988, a NIKE ingressou no segmento de calçados não esportivos ao adquirir a Cole Haan, uma marca Premium de sapatos e acessórios. A década de 80 foi marcada por grandes sucessos, principalmente os tênis NIKE AIR e AIR JORDAN, que se tornaram objetos de desejo entre os jovens do mundo inteiro.
Depois de passar por um período difícil entre 1993 e 1997, devido a um plano de expansão e acusações de utilização de mão de obra infantil em suas fábricas no continente asiático, o que levou a uma forte queda nas vendas e conseqüentemente no faturamento, a NIKE se reposicionou:“decidimos que éramos uma empresa de artigos esportivos e não apenas uma empresa de calçados”, afirmou Phil Knight tempos depois. Além disso, a NIKE resolveu entrar para valer na briga direta pelo mercado de futebol. A nova visão traduziu-se em contratos de publicidade e patrocínios que tinham como objetivo alcançar uma audiência esportiva mais ampla, patrocinando assim atletas individuais, como o jogador de golfe Tiger Woods. No mês de fevereiro de 2002 anunciou a compra da marca de roupas e equipamentos de surfe Hurley. No ano seguinte, comprou a fabricante do tradicional tênis All Star, a Converse, por US$ 305 milhões. A compra da marca All Star iria ajudar a ocupar um espaço que a marca ainda não havia conseguido se fixar: tênis de preço mais acessível. Nesta época, a NIKE se tornou verdadeiramente uma marca global, com o faturamento mundial superando o do mercado americano.
A campanha Joga Bonito, lançada em 2006, foi um sucesso mundial para a NIKE. Nela, o ex-jogador francês Eric Cantona, frustrado com os aspectos negativos do futebol, cria uma emissora para transmitir seu próprio manifesto defendendo os atributos que podem salvar o esporte que ele ama: honra, garra, habilidade, alegria e espírito de equipe. Para tanto, ele contou com a ajuda de craques como os brasileiros Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo Fenômeno, o francês Thierry Henry e o inglês Wayne Rooney. O sucesso da campanha foi refletido em números: a marca vendeu mais de 2.4 milhões de uniformes e aproximadamente 23 milhões de pares de chuteiras em todo o mundo, consolidando assim uma posição de liderança, ao lado da rival Adidas, no mercado de futebol. Em 2007 surpreendeu o mundo ao adquirir por US$ 582 milhões a tradicional UMBRO, marca britânica com uma sólida herança e com uma profunda experiência no esporte mais popular do mundo e no maior mercado de futebol do planeta, acirrando ainda mais a guerra com a rival Adidas.

Em 2008, os Jogos Olímpicos na China serviram de palco para a apresentação da tecnologia Flywire, que permitia mudar a forma como calçados eram projetados, reduzindo ao mínimo a quantidade de tecido necessária para estruturar o tênis. Essa nova tecnologia, que consumiu sete anos de pesquisas, foi inspirada nas famosas pontes suspensas. Atualmente a NIKE trabalha com duas grandes categorias de produtos: Performance (produtos para uso esportivo) e Sports Culture (produtos para uso casual inspirados no esporte). Por tudo isso, a NIKE pertence àquele escasso time de empresas reputadas por revolucionar o setor em que operam. Maior fabricante mundial de artigos esportivos, a empresa foi pioneira no movimento de terceirização da produção, que acabou por se tornar um padrão global. Sem fábricas próprias, a NIKE passou a se concentrar na inteligência de marketing, design e inovação. Também transformou sua marca em um ícone mundial ao casar cultura popular com esportes e elevar o culto ao atleta a um ponto nunca antes imaginado. Nesse processo, criou o marketing esportivo moderno e produziu uma legião de milionários e vitoriosos. Tênis inspirados em pontes. Laboratórios que aplicam tecnologia espacial. Funcionários livres para treinar a qualquer hora do dia. A NIKE é realmente uma empresa diferenciada.

Philip Hampson

O cidadão Philip Hampson Knight nasceu no dia 24 de fevereiro de 1938 em Oregon. Era apenas um corredor esforçado, que pertenceu à equipe de atletismo da Universidade de Oregon e que teve como treinador Bill Bowerman. No final do seu curso de MBA, na respeitada Universidade de Stanford, apresentou um relatório de pesquisa baseado na teoria de que os japoneses poderiam fazer com calçado esportivo o mesmo que faziam com as câmeras de vídeo: transformá-lo em um produto barato e de qualidade. Era o embrião do que seria a NIKE. Ele tinha um sonho. Ele venderia tênis. Ele venderia sonhos. Ele ficaria rico. O resto da história é uma saga envolta em um ideal de vitória. Em 25 de maio de 2004 ele sofreu seu mais duro golpe quando seu filho, Matthew Hatfield Knight, morreu enquanto praticava mergulho no lago Ilopango, localizado 14 km a oeste de San Salvador. O fundador da NIKE, trigésimo homem mais rico dos Estados Unidos, com fortuna avaliada em US$ 12.7 bilhões, tem como principais paixões a história asiática, o golfe, o cooper e o tênis. Sua paixão pela empresa é tamanha que tem o logotipo da NIKE tatuado em seu tornozelo. Recentemente Phil Knight, se revelou um mão-aberta ao doar US$ 105 milhões para a Universidade Stanford, onde estudou. Com isso, ele ingressou na galeria de filantropos, na qual já brilham Bill Gates e Ted Turner.

A Sede

A sede mundial da NIKE, conhecida como World’s Headquarters (WHQ) e inaugurada no mês de junho de 1990, está localizada em Beaverton, uma pequena cidade localizada no estado de Oregon, no Condado de Washington. As suas instalações verdejantes, perto de Portland, refletem sua obsessão pelo esporte. A rua de entrada no complexo se chama Bowerman e o primeiro prédio, batizado de Prefontaine, funciona como um misto de museu e capela, onde se venera a história corporativa da NIKE. O complexo de 370.000 m² é formado por 17 enormes prédios que mais parecem uma universidade. Em nenhum outro lugar isso se torna mais evidente do que no edifício de design de calçados, conhecido como Nike Sports Research Lab (NSRL), cuja atmosfera lembra muito o ambiente estudantil. O edifício é impressionante: há campos para a prática esportiva (entre eles uma pista de 70 metros, equipada com câmeras que captam até 2 mil enquadramentos por segundo e são capazes de gerar imagens tridimensionais utilizadas para analisar os movimentos de um corredor; além de um gramado artificial usado para testes de produtos voltados para o futebol e uma quadra de basquete) e ambientes climatizados controlados por computador. 
Esses laboratórios climatizados permitem que os engenheiros testem os produtos em atletas simulando as mais variadas condições climáticas, controlando temperatura, umidade e luz do sol. Em meio a tanta tecnologia, uma das estrelas do LAB é uma caixa preta com um furo no topo para colocar o pé. O equipamento foi desenvolvido em parceria com diferentes universidades. Com aparência de um caixote sem graça, oculto em seu interior há um equipamento de laser e oito câmeras minúsculas, que gravam em detalhes milimétricos as dimensões de um pé e transmitem essas informações para uma máquina de modelagem.
Outro prédio, que homenageia a jogadora de futebol Mia Hamm, ocupa uma importância prioritária na estratégia da NIKE. Afinal, é justamente neste edifício que literalmente palpita o centro nervoso dos processos de inovação da marca americana, e onde estão localizados o departamento de designer, as bibliotecas de materiais e um laboratório de tendências. O mais importante desses laboratórios, onde trabalham 75 cientistas, foi popularmente batizado de “Cozinha da Inovação”, um dos redutos mais secretos e reclusos do campus, onde não é permitido tirar fotos em 75% dos prédios. Esse laboratório, que começou a ser idealizado em 1999, é descrito como um lugar caótico, repleto de computadores, bancadas de trabalho e vários tipos de equipamentos para a produção de calçados e vestuários. Clientes só podem entrar na “Cozinha” depois de assinar um contrato de confidencialidade. Cada prédio de sua sede tem o nome de um atleta, que foi ou é essencial para o crescimento da empresa. John McEnroe (prédio que abriga os escritórios dos principais executivos), Tiger Woods (prédio do centro de convenções), Lance Armstrong (academia de ginástica), Steve Prefontaine (museu), Bo Jackson (academia), Mia Hamm (maior prédio do campus) e Michael Jordan são homenageados. Suas imagens enormes estão estampadas nas paredes externas em momentos gloriosos.
Os funcionários, aproximadamente 7 mil trabalham lá, são pessoas ativas que tiram vantagem da enorme estrutura esportiva que o complexo possui. Uma vida saudável é a palavra de ordem por lá. Pistas de cooper, campos de futebol, quadras de tênis, piscinas cobertas e climatizadas e duas enormes e modernas academias batizadas com nome do ciclista Lance Armstrong e do jogador de futebol americano Bo Jackson, dois importantes atletas que foram patrocinados pela empresa. Sem contar os instrutores e um completo programa de treinamento a disposição.
Uma das áreas centrais do complexo é dominada por dois gramados de futebol profissionais, batizados de Ronaldo Fields, em referência ao jogador brasileiro que até hoje é um dos atletas mais importantes da marca. É praticamente impossível olhar para qualquer lado e não se deparar com uma fotografia, um pôster, um aparelho de televisão ou uma peça de recordação que lembre aos funcionários e visitantes que se está em um templo dedicado a esportistas. O enorme complexo conta ainda com restaurantes, uma mega-loja para funcionários (chamada de“Beaverton Employee Store”) e paisagens naturais belíssimas. Anexa ao complexo está localizada a Air Factory, fábrica onde são produzidos e testados os modelos NIKE AIR. Em uma visita guiada é possível acompanhar todas as etapas e as tecnologias utilizadas na produção do modelo mais famoso da empresa.

Marketing

A história da NIKE com a propaganda é recheada de momentos marcantes. Começou em 1977 com um de seus primeiros slogans que dizia: There is no finish line (Não há linha final). A sorte da marca começou a mudar em 1982, quando a agência de publicidade Wieden & Kennedy foi fundada em Portland. Segundo muitos, ela foi criada justamente para atender a conta publicitária da NIKE que se tornaria seu cliente mais fiel e conhecido. E a primeira grande campanha foi um verdadeiro sucesso. Chegou em 1988 com o famoso slogan JUST DO IT (algo como “Apenas Faça”). Muito mais que um simples slogan, esse conceito transformou-se em uma espécie de declaração universal dos objetivos de todo atleta, em qualquer parte do mundo. A idéia de que, diante do esforço, não há fronteiras, é a expressão moderna dos ideais gregos, que praticavam o esporte como busca da perfeição e do belo. Porém, o melhor ainda estava por vir. Em 1989, a campanha estrelada pelo astro Bo Jackson, um atleta versátil, jogador de futebol americano e beisebol profissional, introduziu no mercado um dos slogans mais famosos da publicidade americana: BO KNOWS. Campanhas dirigidas pelo cineasta Spike Lee também ajudaram a colocar o logotipo da NIKE no imaginário popular do planeta.

 controvérsia sempre esteve presente em suas campanhas publicitárias. E uma das que mais causou discórdia foi a campanha para as Olimpíadas de Atlanta em 1996. O slogan You Don’t Win Silver — You Lose Gold (Você não ganha a Prata – Perde o Ouro), ia contra todo o ideal olímpico de confraternização, onde o importante é competir. As críticas surgiram de todos os lados, inclusive dos atletas que conquistaram medalhas de prata e bronze. A NIKE não deu bola e seguiu em frente. A marca foi eleita anunciante do ano em 1994 e 2003.
Em março de 2002, vésperas da Copa do Mundo de Futebol, a NIKE iniciou uma campanha mundial de marketing estimada em US$ 100 milhões, criada em torno do que chamou de “Secret Tournament”. A fase “provocativa” da campanha começou em março com propagandas que não mostravam mais do que um par de chuteiras de futebol e um escorpião, um símbolo do “estilo rápido e mortal de jogo” com o qual a NIKE queria ser identificada. Para os curiosos, havia uma referência ao endereço eletrônico nikefootball.com, onde os visitantes poderiam jogar videogames e aprender mais sobre o torneio em 12 idiomas. A fase de “excitação” do torneio começou em abril, com uma série de comerciais retratando um ambiente sombrio e agressivo que evocava a Austrália pós-apocalíptica do filme Mad Max e a alienação do Clube da Luta. Oito equipes de três jogadores, compostas pelas principais estrelas do futebol mundial como Ronaldinho Gaúcho, Thierry Henry, Francesco Totti, Roberto Carlos, Hidetoshi Nakata, Edgard Davids, Luis Figo, Javier Saviola, Lilian Thuram, Ronaldo, Denílson, Hernan Crespo e até o aposentado francês Eric Cantona, no papel de mediador, disputavam um torneio de partidas do tipo morte-súbita em um pequeno campo dentro de uma jaula de aço em um enorme navio. 

Por fim a fase de “envolvimento” da campanha foi lançada em junho, quando a marca instituiu campos de futebol na Cidade do México, Tóquio, Roma e em 10 outras cidades para realizar torneios para jogadores iniciantes. Quase dois milhões de jogadores participaram. Na época da Copa do Mundo de 2002, realizada em junho, a NIKE fez sentir sua presença no mundo do futebol. Oito dos 32 participantes usaram uniformes da marca, inclusive o Brasil, que venceu a competição pela quinta vez. No jogo final, Ronaldo fez dois gols usando um par de chuteiras cromadas Nike Mercurial Vapors. Foi justamente esta Copa do Mundo que mudou a história da marca. Pela primeira vez as vendas internacionais superaram as receitas americanas. Em 2003 os calçados para futebol tiveram crescimento nas vendas de 46%. O futebol deu a Ásia à NIKE. A empresa, que já havia somado pontos importantes no continente com as roupas, tênis e acessórios para beisebol e basquete, conquistou de vez japoneses, chineses e coreanos com a febre da bola que tomou conta da região neste início de século.
Uma das mais recentes campanhas mundiais da NIKE para o futebol, lançada em 2010, foi intitulada “Escreva o Futuro” (“Write the Future”, em inglês). A nova campanha mostrava através de comerciais repletos de emoção o impacto dos momentos fundamentais de um jogo que vão além dos 90 minutos, onde um simples instante pode levar um jogador de futebol a receber as maiores demonstrações de reconhecimento ou cair no esquecimento absoluto. Estrelaram a campanha global algumas das maiores estrelas do futebol mundial: Cristiano Ronaldo, Didier Drogba, Wayne Rooney, Fabio Cannavaro, Frank Ribéry, Andres Iniesta, Cesc Fábregas, Theo Walcott, Patrice Evra, Gerard Piqué, Ronaldinho Gaúcho, Landon Donovan e Thiago Silva, além da lenda do tênis Roger Federer e da estrela da NBA, Kobe Bryant. De forma bem-humorada Homer Simpson completou o time de estrelas convidadas.
Por ano a NIKE desembolsa aproximadamente US$ 2 bilhões, que corresponde a 10% de seu faturamento anual, em publicidade e contratação de atletas renomados como garotos-propaganda. A história começou com o tenista romeno Llie Nastase, primeiro atleta a firmar contrato para utilização dos tênis NIKE em 1972. A outra parte da história teve início com o corredor americano de longa distância Steve Prefontaine, patrocinado pela empresa em 1973 e conhecido não apenas por ter batido todos os recordes americanos entre os 2.000 e 10.000 metros na década de 70, mas também por sua determinação e beleza. Steve morreu tragicamente aos 24 anos em um acidente de automóvel, pouco antes das Olimpíadas de 1976, em Montreal, no Canadá. Sua história virou filme, e a NIKE seguiu em frente.
Outros atletas assinaram contratos com a empresa como o controverso tenista John McEnroe (1978); o corredor Carl Lewis (1980), o jogador de basquete da Universidade da Carolina do Norte chamado Michael Jordan (1985), que viria se tornar seu mais conhecido garoto-propaganda; os tenistas André Agassi (1988) e Pete Sampras; o jogador Ronaldo (1994); o golfista, até então amador, Tiger Woods (1996), que hoje possui um contrato de 5 anos no valor de US$ 100 milhões; o jogador Ronaldinho Gaúcho (1998); o astro do basquete LeBron James (2003); entre muitos outros, como a bela tenista Maria Sharapova, que voltou a ser a esportista mais bem paga do mundo ao renovar seu contrato com a marca em 2010, no valor de US$ 70 milhões. Esse time de astros é muito mais que apenas atletas patrocinados. São colaboradores. Eles testam os produtos e sugerem inovações.
Nas Olimpíadas de Atlanta em 1996, o velocista Michael Johnson usou uma criação sua, o Gold Shoe, uma sapatilha dourada (mais leve calçado esportivo já projetado). Tornou-se, aos 29 anos, o único homem até então a vencer as provas de 200 e 400 metros rasos na mesma Olimpíada. Outro exemplo é a chuteira Mercurial, criada a partir de informações do jogador Ronaldo e testada por ele até a versão final. O mesmo ocorreu com a chuteira Tiempo, usada por Ronaldinho Gaúcho.
Um esporte em especial foi essencial para o crescimento da marca, o futebol, considerado o esporte número um do mundo. Em 1994, a marca possuía apenas 2% do mercado de equipamentos para futebol. Para derrotar a marca líder do mercado, a alemã Adidas, se concentrou em jogadores de futebol jovens e talentosos. Para atingir esses atletas, assinou contratos de propaganda com astros da Argentina, Grã-Bretanha, Brasil, Portugal, México, China e Japão. Também procurou jogadores que expressassem e incorporassem um estilo de futebol mais rápido e centrado no ataque “em contraste com o estilo defensivo e metódico conhecido como futebol alemão”, uma clara provocação a sua rival germânica. Ao associar sua imagem à de estrelas de diferentes esportes, a empresa quer comunicar que todos nós podemos ser atletas, desenvolver aquele espírito competitivo retratado em suas campanhas publicitárias e, quem sabe, chegar lá um dia.
Atualmente o time de craques da NIKE é composto pelos jogadores brasileiros Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Robinho, Neymar, Paulo Henrique Ganso, Maicon, Alexandre Pato, Luis Fabiano, Daniel Alves, Nilmar e Thiago Silva; o português Cristiano Ronaldo; os ingleses Wayne Rooney e Rio Ferdinand; os argentinos Carlito Tévez, Sérgio Aguero e Javier Mascherano; os italianos Andréa Pirlo, Mario Balotelli e Gianluca Zambrotta; os americanos Landon Donovan, Tim Howard, Clint Dempsey e Carlos Bocanegra; os espanhóis Carles Puyol, Andrés Iniesta, Cesc Fábregas, Gerard Piqué e Fernando Torres; os alemães Miroslav Klose e Mesut Ozil; o sueco Zlatan Ibrahimovic; o marfinense Didier Drogba; os franceses Frank Ribéry e Patrice Evra; o russo Andrey Arshavin; o mexicano Rafael Márquez; o chileno Jorge Valdivia; e os holandeses Rafael Van De Vaart e Wesley Sneijder. Clubes e seleções também são alvos preferenciais da NIKE. Atualmente a empresa gasta milhões de dólares para fornecer materiais esportivos para as seleções nacionais, como por exemplo, França (US$ 62.8 milhões/ano), Brasil (US$ 12 milhões/ano), Estados Unidos, Holanda, Portugal, Sérvia, Polônia, Austrália, Nova Zelândia e Coréia do Sul; além de times como Barcelona (US$ 44 milhões/ano), Manchester United (US$ 44 milhões/ano), Arsenal (US$ 25 milhões/ano), Porto (US$ 16.4 milhões/ano), Juventus (US$ 16 milhões/ano), Internazionale, Atlético de Madrid, Werder Bremen, Boca Juniors, PSG, Celtic, América do México, Corinthians, Santos, Internacional, Bahia e Coritiba, estes quatro últimos a partir de 2012.

A Marca

A NIKE é o sonho de toda a marca, o branding em seu estado puro. Seu logotipo sofreu grandes alterações no decorrer dos tempos. E não é que o conhecido Swoosh, palavra que designa o som produzido por uma arremetida repentina de ar, se tornou um dos símbolos mais conhecidos e respeitados do planeta. Parece fácil falarmos isso agora. Mas imaginem que em 1971 a estudante de design gráfico, Carolyn Davidson, criou o que viria a se tornar um dos símbolos mais famosos do mundo. Ousaram, investiram e principalmente apostaram na verdadeira essência da propaganda para que o logotipo pudesse dispensar o nome da marca. O resultado todo mundo pode ver hoje, uma das marcas com maiores índices de respeitabilidade e relação emocional com o consumidor.
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca NIKE está avaliada em US$ 14.528 bilhões, ocupando a posição de número 25 no ranking das marcas mais valiosas do mundo, além de ocupar a posição de número 18 no ranking das marca mais influentes do planeta. A empresa também ocupa a posição de número 135 no ranking da revista FORTUNE 500 de 2011 (empresas de maior faturamento no mercado americano).
A empresa tem aproximadamente 38.000 funcionários no mundo (e mais de 950.000 trabalhadores indiretos que estão empregados nas fábricas contratadas), opera mais de 350 outlets próprios (Nike Factory Outlets), além de aproximadamente 420 lojas Niketown, NikeWomen e Nike Clearance, tendo seus produtos vendidos em 170 países. A NIKE lança por trimestre até 1.800 novos produtos. Os produtos direcionados ao público feminino atualmente geram um faturamento de US$ 4 bilhões, 20% das vendas totais da marca. Os mais de 300 milhões de pares de tênis vendidos por ano garantem um faturamento superior a US$ 20 bilhões. A NIKE possui mais de 700 fábricas, a grande maioria terceirizada e localizada em boa parte na Ásia (Indonésia, China, Taiwan, Índia, Tailândia, Vietnã, Paquistão, Filipinas e Malásia). Suas subsidiárias (Umbro, Cole Hann, Hurley e Converse) representam aproximadamente US$ 2.7 bilhões do faturamento anual da empresa.

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