O estúdio de animação mais cobiçado e admirado do mundo teve suas origens no ano de 1979, na divisão de animação e efeitos especiais da Lucas Film, empresa fundada pelo aclamado diretor George Lucas (de filmes como Guerra nas Estrelas e Indiana Jones). A história começou a mudar em 1984 quando John Lasseter deixou seu emprego de animador na Disney, para se unir ao grupo de animadores e efeitos especiais da Lucas Film. No dia 3 de fevereiro de 1986, Steve Jobs, dono e fundador da Apple, comprou a divisão de computação gráfica da Lucas Film (conhecida então como Industrial Light Magic) por US$ 10 milhões, e fundou a PIXAR ANIMATION STUDIOS, juntamente com John Lasseter, o engenheiro Alvy Ray Smith e o matemático Ed Catmull, um talentoso especialista em computação gráfica, injetando novo ânimo e mais dinheiro na empresa que andava meio combalida. O novo nome do estúdio é uma combinação das palavras “pixels” e “art”, que é justamente o que pretende a animação, fazer arte através de pixels, unidades elementares da imagem gráfica. Inicialmente a especialidade era a criação de hardware específico para computação gráfica, como o Pixar Image Computer. Para incentivar as vendas do produto, John Lassetter passou a criar pequenas animações e demonstrar como era eficiente o produto através do material apresentado. O passou seguinte foi produzir curtas-metragens e comerciais de televisão para marcas famosas como Tropicana, Trident, Life Savers, Listerine, Volkswagen, California Lottery e Pillsbury, além de ser a responsável pela criação dos novos logotipos da IBM e da Paramount.
O
primeiro curta-metragem da PIXAR, com dois minutos de duração,
lançado em 1986 e batizado de Luxo Jr., conquistou o Oscar de melhor
curta-metragem animado. O filme se passa em cima de uma de uma mesa
de trabalho e conta a história do papai-luminária e do seu
simpático filho chamado Luxo Jr. O personagem Luxo Jr., uma
simpática luminária, tornou-se o mascote do estúdio e durante
alguns anos foi parte integrante do logotipo da PIXAR ANIMATION
STUDIOS.
Depois
de anos produzindo curta-metragem como Red’s
Dream,
que inovou ao apresentar cenas noturnas, até então raras no mundo
da animação digital; Tin
Toy,
primeiro filme com as expressões animadas digitalmente que mostrava
a aventura de um pequeno brinquedo para fugir de um bebê, e que foi
responsável por colocar o então pequeno estúdio no radar dos
grandes conglomerados de mídia; Knick
Knack,
cuja história se passa no alto de uma estante, quando vários
enfeites de mesa começam a dar uma festa dançando, cantando e se
divertindo, exceto um mal-humorado boneco de neve que vive preso em
um globo de cristal; além de comerciais animados, a empresa decidiu
produzir seu primeiro longa-metragem, mostrando a vontade de Steve
Jobs em inovar. Exatamente quando Toy Story, primeiro desenho animado
feito totalmente em computação gráfica, estava para ser lançado
em 1995, a parceria com a Disney virou realidade, apesar do contrato
em vigência desde 1991. Nesse contrato, de 10 anos ou cinco filmes,
na qual as duas empresas dividiriam os custos de produção e lucros,
a Disney receberia 12.5% dos dividendos e os direitos dos filmes,
além de cuidar da distribuição mundial.
Em
uma década, a lista de sucessos da bem sucedida parceria
impressionava: cinco filmes que renderam aproximadamente US$ 4
bilhões em bilheterias nos cinemas de todo o planeta e exatas duas
dezenas de estatuetas do Oscar. Nesta altura, o peixinho Nemo e o
astronauta intergaláctico Buzz Lightyear exerciam o mesmo encanto
que transformou Mickey, Pateta e Peter Pan em ídolos das gerações
anteriores. Com o final iminente de sua parceria com a PIXAR, em
janeiro de 2006, a Disney comprou o estúdio de animação por US$
7.4 bilhões e entregou o cargo de principal executivo de criação
de todo o grupo para o talentoso John Lasseter. Enquanto isso, Steve
Jobs tornou-se o maior acionista minoritário da Walt Disney Company:
exatos 7%. A concretização do negócio tornou a PIXAR a joia da
coroa do império iniciado por Walt Disney na década de 1920.
Desde
sua fundação a PIXAR foi responsável por muitas descobertas
importantes na aplicação de computação gráfica na produção de
filmes desenvolvendo três softwares amplamente utilizados para a
produção de animações e efeitos especiais em geral: Marionette
(software responsável pela animação, modelagem e iluminação de
cenas 3D), RingMaster
(software de gerenciamento de projetos de animação) e RenderMan
11
(software para renderização para geração de imagens de realismo
fotográfico de alta qualidade, utilizado pela própria empresa e
comercializado através de licenças para outros estúdios).
Recentemente, em 20 de abril de 2010, a PIXAR inaugurou uma nova
unidade do estúdio no Canadá, mais precisamente na cidade de
Vancouver. Essa foi a primeira unidade da PIXAR fora dos Estados
Unidos, onde os animadores criam novos curtas de animação de
aproximadamente 3 à 5 minutos com os principais personagens dos
longas-metragens, como os já conhecidos “Cars Toon“, exibidos no
Disney Channel.
A
PIXAR é uma verdadeira máquina de criação que parece não parar
nunca. Os futuros projetos, aguardados ansiosamente pelos ávidos
fãs, são: em 2013 chegará às telas, em junho, uma nova animação
dos simpáticos monstrengos Mike e Sulley, batizado de Universidade
dos Monstros, além do curta-metragem The Blue Umbrella, onde um
guarda-chuva azul apaixona-se por um vermelho em meio ao caos chuvoso
de uma metrópole; para 2014 estreia The Good Dinosaur, animação
cujo tema abordará se o asteroide que mudou a vida na Terra para
sempre errasse o trajeto completamente e dinossauros gigantescos
nunca se tornassem extintos; e em 2015 é a vez de Inside Mind
(título ainda não confirmado oficialmente), que narrará uma viagem
à mente humana. Já para 2016, a PIXAR pretende lançar pela
primeira vez em sua história, dois filmes no mesmo ano: Uma animação
ainda sem nome baseada no Día de los Muertos (Dia dos Mortos), que
será ambientada no México; e Procurando Nemo 2 (a sequência do
filme com o simpático peixinho palácio).
A
Trajetória dos Filmes
1995
TOY
STORY.
Primeiro longa-metragem da história completamente gerado por
computador e distribuído pela Disney, foi lançado nos Estados
Unidos em 22 de novembro, e definitivamente revolucionou o mundo dos
desenhos, conquistando milhares de espectadores. Os personagens
centrais do filme são brinquedos do quarto de um menino de seis
anos, Andy, e é contado, em sua maioria, pelo ponto de vista deles.
O menino está fazendo aniversário e os brinquedos estão
apavorados, pois temem ser substituídos por um novo brinquedo muito
mais moderno. Pois é, isso acontece, e Wood, um caubói, e brinquedo
preferido de Andy, é substituído por Buzz Lightyear, um astronauta
intergaláctico. É aí que começa a aventura dos brinquedos. O
menino, sua irmã Molly e sua mãe possuem papéis menores, assim
como o vizinho Sid, seu pitbull Scud e sua irmã Hannah. Além de
inovador, o filme contou com as vozes de dois atores famosos: Tom
Hanks (O Resgate do Soldado Ryan) para Woody e Tim Allen (Um Natal
Muito, Muito Louco) para Buzz. O filme
arrecadou
aproximadamente
US$
362 milhões
em
bilheteria no mundo inteiro.
1998
A
BUG’s LIFE
(Vida
de Inseto). Segunda animação lançada comercialmente pela PIXAR em
parceria com a Disney, o filme que estreou oficialmente no dia 25 de
novembro se passa no mundo dos insetos, onde as formigas são
manipuladas pelos gafanhotos, que todos os anos exigem uma quantia de
comida. Se as formigas não cumprirem essa exigência, os gafanhotos
ameaçam atacar o formigueiro. Mas, em certo ano, houve um problema
com a “oferenda”. É quando FLIK, uma formiga azul cansada de ser
oprimida e protagonista do filme, sai em busca de outros insetos
dispostos a ajudar o formigueiro a combater os terríveis gafanhotos.
O filme
arrecadou
US$ 363.3 milhões
em
bilheteria.
1999
TOY
STORY 2.
O filme, uma continuação do primeiro, começa quando Andy vai para
um acampamento de verão. Enquanto isso, seus brinquedos o esperam em
sua casa. Mas, Woody, o boneco caubói (e um dos brinquedos
preferidos do menino), acaba sendo roubado por um colecionador de
bonecos chamado Al. Os outros brinquedos entram em pânico e,
liderados pelo astronauta intergaláctico Buzz Lightyear, planejam
uma estratégia para resgatar o amigo daquele ladrão. Enquanto isso,
já na casa de Al, Woody conhece a cowgirl Jessie, o cavalo Bala no
Alvo e o Mineiro, e descobre que é um raríssimo boneco de uma série
de televisão dos anos 60 e que será vendido, junto com os novos
amigos, para um museu no Japão. Diante da nova situação, ele terá
que decidir entre ficar com o menino Andy e fazer parte da vida de
uma criança ou ir para o museu e ficar para sempre sendo observado
por visitantes. O filme que estreou nos cinemas no dia 24 de novembro
faturou
mais de US$ 485 milhões
em bilheteria e se transformou em outro grande sucesso.
2001
MONSTERS,
INC.
O filme conta a história de monstros que assustam crianças para
gerar energia para seu mundo. A cidade em que se desenrola boa parte
da ação, Monstrópolis, é bem similar ao mundo dos humanos, exceto
pelos seus habitantes: monstros, com todos os caracteres: chifres,
dentes afiados, cores berrantes, partes do corpo com tamanho
desproporcional, pêlos, garras, aspecto asqueroso, etc. Entre todos
os monstros que lá trabalham o mais assustador de todos é James P.
Sullivan, um grande e intimidador monstro de pêlo azul e chifres,
que é carinhosamente chamado de Sulley por seus amigos. Seu
assistente é Mike Wzowski, um pequeno ser de um olho só, com quem
tem por missão assustar as crianças, que são consideradas tóxicas
pelos monstros e cujo contato com eles seria catastrófico para seu
mundo. Porém, ao visitar o mundo dos humanos a trabalho, Mike e
Sulley conhecem a simpática garota Boo que acaba sem querer indo
parar no mundo dos monstros e provoca verdadeiro pânico na cidade. O
elenco de dublagem tinha nomes como Billy Crystal, John Goodman,
Steve Buscemi e James Coburn. O filme levou a primeira estatueta do
Oscar (Melhor Canção Original) para a prateleira da PIXAR. Somente
nos nove primeiros dias no mercado americano, o filme que estreou no
dia 2 de novembro arrecadou cerca de US$ 100 milhões. O filme
arrecadou
no total aproximadamente
US$
556 milhões
em bilheteria
no mundo inteiro.
2003
FINDING
NEMO
(Procurando Nemo). Primeiro filme dos estúdios PIXAR a ser lançado
durante o verão nos Estados Unidos, conta a história de Marlin, um
peixe-palhaço que perde quase toda a família durante o ataque de um
predador (uma barracuda), e assim, torna-se um pai super protetor de
seu único filho, Nemo. O problema é que tanta proteção acaba
envergonhando o peixinho na frente dos colegas, e para provar ao pai
que pode se virar sozinho ele resolve nadar em mar aberto, quando é
capturado por um mergulhador, e levado para a cidade de Sydney na
Austrália. Decidido a encontrá-lo o pai nada pela imensidão do
oceano, enfrentando todo tipo de perigo ao lado de Dory, um peixinho
(fêmea) muito simpático, mas com um grave problema de perda de
memória recente. Nesta deliciosa aventura no fundo do mar, todos os
tipos de criaturas marinhas dão o ar da graça. Peixes de todas as
espécies, cavalos-marinhos, tubarões, águas-vivas, tartarugas,
baleias, entre outros seres aquáticos. Todo o colorido da fauna e
flora subaquática contagia a tela do cinema e seduz o espectador. A
trama, então, se divide: parte do filme acompanha a viagem de Marlin
mar afora e outra parte mostra a nova vida de Nemo aprisionado em um
aquário em Sydney com seus novos amigos. Para criar detalhes tão
perfeitos, vários artistas mergulharam por muito tempo para ver como
realmente era o fundo do mar e poder recriá-lo com precisão.
Tornou-se o filme animado de maior sucesso da história do cinema na
época e um verdadeiro fenômeno, que
arrecadou
US$
921.6 milhões
em bilheteria no mundo inteiro, além de vender mais de 25 milhões
de DVDs. Tudo isso com um custo de apenas US$ 94 milhões para sua
produção. O filme venceu o Oscar de Melhor Animação, além de ser
indicado aos prêmios de Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Edição
de Som e Melhor Roteiro Original.
2004
THE
INCREDIBLES
(Os Incríveis). O filme, lançado em 5 de novembro nos Estados
Unidos, é protagonizado por uma família de super-heróis, que tenta
viver tranquilamente, mas é forçada a entrar em ação para salvar
o mundo. Roberto Pêra (voz de Craig T. Nelson) já foi o maior herói
do planeta, salvando vidas e combatendo o mau todos os dias, sob o
codinome de Senhor Incrível. Porém, após salvar um homem do
suicídio, é processado e condenado na justiça. Uma série de
processos seguintes obrigou o governo desembolsar uma alta quantia
para pagar as indenizações, fazendo com que a opinião pública se
voltasse contra os super-heróis. Em reconhecimento aos serviços
prestados, o governo faz a eles uma oferta: que levem suas vidas como
pessoas normais, sem demonstrar que possuem super poderes, recebendo
em troca uma pensão anual. Quinze anos depois, Roberto leva uma vida
pacata ao lado de sua esposa Helen (voz de Holly Hunter), que foi a
super-heroína Mulher-Elástica, e seus três filhos. Roberto agora
trabalha em uma seguradora e luta para combater o tédio da vida de
casado e o peso extra. Com vontade de retomar a vida de herói, ele
tem a grande chance quando surge um comunicado misterioso, que o
convida para uma missão secreta em uma ilha remota. O roteiro foi
escrito e desenvolvido por Brad Bird, ex-diretor de Family Dog e Os
Simpsons. Foi originalmente desenvolvido como um filme animado
tradicionalmente, porém depois que a Warner Bros. fechou sua divisão
de animação, Brad Bird se mudou para a PIXAR, levando a história
consigo. O DVD do filme, lançado em março de 2005 nos Estados
Unidos, vendeu em apenas um dia 5 milhões de unidades. O filme
arrecadou
US$ 631.4 milhões
no mundo inteiro.
2006
CARS
(Carros). O filme, lançado em 9 de junho nos Estados Unidos, conta a
história de Lightning McQueen (dublado por Owen Wilson), um carro de
corrida novato e ambicioso, percebendo logo que o importante é o
percurso, e não somente cruzar a linha de chegada, ao pegar um
atalho inesperado que o leva à pacata cidade de Radiator Springs à
beira da famosa Rota 66. Cruzando o país para competir contra dois
veteranos profissionais na famosa Copa do Pistão, na Califórnia,
McQueen acaba fazendo amizade com os estranhos residentes locais - a
bela máquina Sally (uma Porsche 2002, dublada por Bonnie Hunt), Doc
Hudson (um Hudson Hornet 1951 com um passado misterioso, dublado por
Paul Newman), e Mate (um velho, porém confiável reboque dublado por
Larry The Cable Guy). Eles o ajudam a ver que há coisas mais
importantes que troféus, fama e patrocínios. O filme também propõe
uma reflexão sobre como a construção de grandes rodovias
interestaduais acabaram com as pequenas cidades que viviam do
movimento dos viajantes das antigas e tortuosas estradas que caíram
em esquecimento. Tudo isso faz de “Carros” um filme divertido e
instrutivo, com uma fantástica trilha sonora ao fundo. O filme foi
produzido e criado com um conjunto de computadores quatro vezes mais
poderoso do que os utilizados em “Os Incríveis”, tornando o
visual do filme e os detalhes ainda mais incríveis. O filme
arrecadou
aproximadamente US$ 462 milhões
em bilheteria no mundo inteiro.
2007
RATATOUILLE.
O filme, que foi lançado em 29 de junho nos Estados Unidos, conta a
história de Rémy, um rato que vive em Paris e sonha em se tornar um
chefe de cozinha, mas o fato dele não ser humano pode atrapalhar
seus planos. Por isso, forma uma improvável parceria com Linguini, o
novo ajudante de cozinha do renomado restaurante Gusteau’s. Apesar
dos aparentes perigos de ser um inadequado – e certamente
indesejado – visitante na cozinha do sofisticado restaurante
francês, a paixão de Rémy pela arte culinária não demora a
colocar em marcha acelerada uma engraçada e eletrizante corrida de
ratos que invade o mundo da culinária parisiense. O personagem então
se sente dividido entre sua vocação e a obrigação de voltar para
sempre à sua prévia existência de rato. Ele aprende a verdade
sobre amizade, família e entende que sua única opção é a de
aceitar quem ele é realmente: um rato que deseja ser chefe de
cozinha. O filme arrecadou
aproximadamente US$ 624 milhões
em bilheteria no mundo inteiro.
2008
WALL-E.
O filme, que estreou no dia 27 de junho nos Estados Unidos, é uma
ficção-científica sobre robôs e os rumos da humanidade caso
continuemos destruindo o planeta como fazemos há séculos. A trama
seria a seguinte: em 2.700, a Terra teria tornado-se tão tóxica que
os humanos foram obrigados a abandoná-la e a viver em uma nave na
órbita do planeta. Entretanto, desejam limpar todo o lixo da Terra,
e para isso contratam uma empresa para desintoxicá-la. Claro, os
funcionários se tratam de robôs, que começam a apresentar
problemas devido ao imenso fluxo de trabalho. Apenas um, Wall•E
(acrônimo para Waste
Allocation Load Lifters - Earth-Class,
em português, Elevador de Detritos – Classe-Terra), continua seu
interminável trabalho. Sozinho, acompanhado de Spot, uma barata de
estimação, começa a se interessar pela vida humana e passa a
colecionar objetos que nos pertenceram, incluindo um vídeo-cassete e
uma cópia do filme Alô Dolly, que na época da trama teria mais de
700 anos e se tornaria sua única referência ao nosso modo de vida.
Depois de algum tempo o pequeno robô se encontra com os humanos, que
não gozam de boa saúde por serem preguiçosos e sedentários demais
— se tornaram obesos. Somente no primeiro fim de semana de estréia
nos Estados Unidos o filme faturou US$ 62 milhões. O filme arrecadou
US$ 521.3 milhões
em bilheteria no mundo inteiro.
2009
Up
(Up:
Altas Aventuras). O filme, que estreou no dia 29 de maio nos Estados
Unidos e foi apresentado em 3D, conta a edificante história de um
velhinho viúvo de 78 anos chamado Carl Fredricksen, que passou a
vida sonhando em explorar o planeta e viver plenamente a vida. Até
que um plano mirabolante invade sua cabeça teimosa: fazer sua casa
inteira levantar vôo, presa a milhares de balões, e transportá-la
dos Estados Unidos a um lugar em meio às montanhas de uma floresta
na América do Sul. Um erro de percurso faz sua casa cair e ele tem
de seguir sua viagem a pé, com a ajuda de Russell, um escoteiro
gordinho de apenas oitos anos de idade e muito dedicado. Mas nessa
jornada eles vão enfrentar muitos vilões, bestas e, o que é pior,
fazer suas refeições sempre às 3h30 da tarde. Em menos de seis
meses o filme arrecadou
US$ 731 milhões
em bilheteria no mundo inteiro.
2010
TOY
STORY 3:
O terceiro filme da série, agora em 3D, estreou no dia 18 de junho
nos Estados Unidos contando a história de Andy, agora com 17 anos,
indo para a faculdade e precisando decidir o que vai fazer com seus
brinquedos; se vão para o sótão ou para o lixo. Depois de ensacar
todos os brinquedos (exceto Woody, pois iria levá-lo para
faculdade), sua mãe o confunde com um saco de lixo qualquer e os
brinquedos vão parar na sarjeta. Woody avisa aos companheiros que
Andy os iria colocar no sótão, porém eles não acreditam e vão
para a creche Sunnyside. Algum tempo depois, eles descobrem que Woody
falava a verdade, e tentam voltar para casa. Mas essa volta pode não
ser tão fácil quanto eles pensam. A saga encerra a aventura do
caubói Woody e do astronauta intergaláctico Buzz Lightyear, que
consumiu US$ 200 milhões e mais de mil dias de trabalho de um
batalhão de animadores, técnicos e dubladores. Em seu primeiro fim
de semana de estreia o filme arrecadou mais de US$ 109 milhões
somente nos Estados Unidos. Ao todo, o filme arrecadou
impressionantes US$ 1.063 bilhões.
2011
CARS
2
(Carros 2): O filme estreou no dia 24 de junho nos Estados Unidos
como a seqüência do famoso Carros. Na animação, Relâmpago
McQueen e Mate viajam pela Ásia e pela Europa para a Corrida dos
Campeões, que se passa em vários países e envolve campeões de
modalidades distintas, como por exemplo, a Fórmula 1 e os ralis. Mas
eles nem desconfiam que uma intriga de espionagem está se
desenrolando nos bastidores. A seqüência do filme original expande
os horizontes e transforma a ação digna de um filme de James Bond,
com cenas em Tóquio, Paris, Londres e, claro, na terra natal dos
personagens, Radiator Springs, no interior dos Estados Unidos, onde
Mate, com seu jeito simples e ingênuo, vive de guinchar carros
quebrados e exibir suas ferrugens e batidas, que são as lembranças
de momentos alegres de sua vida. O filme arrecadou
aproximadamente US$ 560 milhões
em bilheteria no mundo inteiro.
2012
BRAVE
(Valente): O filme que estreou no dia 22 de junho nos cinemas
americanos em 3D, conta a história de Merida, uma princesa rebelde
de cabelos vermelhos que foi criada por sua mãe para ser a sucessora
do reino. Porém, a jovem, uma princesa bem diferente das frágeis
figuras apresentadas em outros contos de fadas, é contra as
tradições e costumes do reino e se recusa a ficar dentro do
castelo, aprendendo tarefas femininas para se tornar apenas mais uma
esposa para o filho de algum lorde. Ela sonha com a liberdade e
desafia até seus pais para conquistá-la. Porém, a habilidosa
arqueira não poderia imaginar que suas ações poderiam desencadear
graves acontecimentos para o reino, causando caos e fúria. A equipe
de criação viajou várias vezes para a Escócia a procura de
paisagens, tipos físicos, castelos medievais e tecidos que pudessem
dar mais realismo à animação. Além de levar aos cinemas uma lenda
celta da Escócia Medieval, a animação marcou a estreia de uma
protagonista feminina nas animações da PIXAR. O filme arrecadou
aproximadamente US$ 555 milhões
em bilheteria no mundo inteiro.
2013
MONSTERS
UNIVERSITY
(Universidade Monstros): Com estreia em 21 de junho, o novo filme da
PIXAR se passa aproximadamente dez anos antes de Monsters, Inc.,
quando Mike Wazowski e James P. Sullivan estão na universidade.
Entre eles, diferente do primeiro filme em que são amigos, há uma
rivalidade e eles são inimigos. O filme mostra os desafios
enfrentados pela dupla na Universidade, e como começou a amizade,
apesar de serem rivais na época. É na universidade que os dois
começam a projetar a empresa dos sonhos: Monsters, Inc. (a maior
empresa com profissionais de sustos de mundo).
A
Empresa
A
PIXAR não faz apenas filmes, a PIXAR faz dinheiro. E muito dinheiro.
Todos os filmes são estendidos às prateleiras de lojas de
brinquedos e outras centenas de produtos licenciados, rendendo lucros
para o estúdio por muito tempo, além das bilheterias. Por isso cada
personagem deve ser pensado da maneira mais carismática possível,
pois deve agradar às crianças e também aos pais. A PIXAR ANIMATION
STUDIOS é apontada hoje como a mais bem sucedida empresa de
produções de filmes de animação do planeta. E não é para menos.
Somados, os 13 filmes já lançados faturaram mais de US$ 7.8 bilhões
apenas em bilheterias nos cinemas, valor que sobe para mais de US$ 40
bilhões se a conta incluir a verba obtida com licenciamento de
produtos e vendas de DVD. Somente a franquia Toy Story já
aproximadamente US$ 10 bilhões em licenciamento e bilheterias. Nada
mal para um estúdio que gastou “apenas” US$ 1.75 bilhões em
todos eles. Além dos longas-metragens a PIXAR já produziu mais de
20 curtas-metragens que também rendem um bom dinheiro para o
estúdio. Difícil encontrar um verdadeiro fã de animações que não
se apaixone por essas pequenas histórias e personagens carismáticos
que a PIXAR dá vida.
As
instalações da sede da PIXAR ANIMATION STUDIOS, uma antiga fábrica
de processamento de frutas, transformada em um moderníssimo estúdio
com mais de 20.000m², localizado em Emeryville, um calmo subúrbio
entre as cidades de San Francisco e Oakland na Califórnia, foram
inauguradas em novembro de 2000 ao custo de US$ 88 milhões, para que
mais de 800 dos
melhores animadores e técnicos da indústria trabalhassem em 3 mil
computadores. A “fábrica” (The
Factory),
como é chamada a sede do estúdio, não se esconde: tem um ostensivo
letreiro na entrada onde se pode ler PIXAR ANIMATION STUDIOS. E,
dentro de seus portões, impressionam os jardins e o campo de
futebol. O imenso edifício-sede, de dois andares, é construído com
madeira e tijolos. Surpresa para quem espera a frieza do alumínio e
do aço, arquitetura habitual das empresas de tecnologia. Existe um
conceito forte em cada tijolo daquele edifício: Have
Fun. Divirta-se.
Trabalhe quando e como quiser.
Logo
na recepção, em “tamanho real”, a simpática dupla de
monstrengos Sulley e Mike, do filme Monstros S.A., e Guido e
Relâmpago McQueen, da animação Carros, recebem os visitantes. Nas
paredes, pôsteres em várias línguas e enormes telas reproduzindo
cenas do filme Ratatouille. A decoração é totalmente influenciada
pelos filmes. Uma sala de reuniões tem como tema o astral inspirado
na lendária Rota 66, do filme Carros. Patinetes podem ser vistos por
todos os lados. Passada a recepção, está situado um pátio com
teto de vidro iluminado pela luz natural do sol. Nas paredes,
cartazes dos filmes produzidos em japonês, italiano, alemão. Provas
do sucesso global que as animações alcançam em todas as culturas.
Artistas e técnicos cruzam o grande espaço com seus patinetes ou
skates. São todos jovens, vestem camisas havaianas ou camisetas,
bermudas e tênis ou sandálias. Descontração total. A grande
atração desse pátio de entrada é uma passarela. Lá acontecem
disputadíssimos concursos de aviões de papel. O segundo andar é
dividido em duas metades: técnicos de um lado, artistas do outro.
Ironicamente, a metade técnica parece ser mais divertida e anárquica
do que a artística. É lá que o presidente, John Lasseter, dá suas
festas às terças-feiras. Ali também está o terraço com vista
para os gramados, onde Steve Jobs marcava suas reuniões.
Os
objetos expostos no corredor dos técnicos estão relacionados aos
filmes já realizados. Modelos em gesso, esboços, maquetes. Ali está
uma lembrança de que mesmo a mais avançada das tecnologias ainda
começa seu processo de definição com papel, lápis, tinta e mão
na massa. Cada técnico tem sua sala, e não existe uma que seja
igual à outra. Todos os funcionários do estúdio, sem exceção,
comungam do espírito enriquecedor do lugar. Cada funcionário tem o
direito de fazer o que quiser com seu espaço de trabalho. Paredes
coloridas, lava lamps (aquele abajur psicodélico), ukeleles (tipo de
cavaquinho havaiano), brinquedos e os mais variados bonecos estão
espalhados pelas mesas de trabalho. Decorar a sala como se fosse uma
cabana do velho oeste? Uma vila mexicana? Nas ilhas do Pacífico com
autênticas máscaras da Polinésia? Eles dão o maior apoio. Entre
uma sala e outra existe sempre algum tipo de diversão. Uma sala, uma
mesa de xadrez, outra sala, um piano, mais um par de escritórios, um
videogame, alvos para dardos, um fliperama. A cada 20 metros, uma
mini cafeteria com sua máquina de espresso. Em uma esquina do andar
está cuidadosamente exposta a coleção vistosa de Oscar, Clio,
Anima Mundi e outros prêmios internacionais que o estúdio já
ganhou em cinema e publicidade. Por trás dos troféus, desenhos
feitos por crianças de vários países com os personagens criados
pela PIXAR. Em uma das salas do estúdio está um item
tecnologicamente impressionante: uma impressora capaz de imprimir
modelos tridimensionais. Ou seja, é só mandar imprimir e o
resultado vai ser uma estátua física e colorida do personagem ou
elemento em questão.
E
não para por aí. Quem carrega o crachá da empresa tem o privilégio
de freqüentar os cursos da UNIVERSIDADE
PIXAR,
criada em 2003. Localizada em um prédio ao lado dos escritórios,
ela promove cursos de especialização de todo tipo, de técnicas de
animação de última geração à cultura dos nativos
norte-americanos. Do lado de fora, bucólicas ruelas levam a outros
espaços comunitários. Quadras esportivas, piscinas e até mesmo um
pequeno anfiteatro estão sempre à disposição de todos. Apesar das
partidas de mini-golfe pelos corredores, das bermudas e das
competições de aviões de papel, todos sabem que o trabalho ali é
duro. O comprometimento total é o que importa. Ao lado do
refeitório, a sala de jogos, com sinuca e pingue-pongue, está
sempre aberta. É um verdadeiro paraíso do labor.
O
Gênio por trás da marca
Ele
é o Midas da animação. John Alan Lasseter nasceu no dia 12 de
janeiro de 1957 em Hollywood (Los Angeles, Califórnia). Filho de um
vendedor de carros e de uma professora de artes, ele se interessou
muito cedo por histórias e contos de fada, mais especialmente filmes
produzidos em animação, decidindo assim, desde jovem, que seu
caminho realmente seria se tornar um animador. Em 1975, ingressou no
curso de animação da badalada California
Institute of Arts de Los Angeles.
Ali, ao lado de colegas como os futuros diretores Tim Burton e Brad
Bird (com quem trabalharia na animação sobre super-heróis Os
Incríveis), ele fez seus primeiros desenhos animados. Em meados dos
anos 80, fez uma aposta arriscada. Animador recém-formado, ele tinha
aquilo que qualquer profissional da área ambicionava: um emprego nos
estúdios Disney. Mas, seduzido por uma novidade em que poucos
acreditavam, a animação digital, ele se bandeou da empresa número
1 do setor (na verdade foi demitido) para um ateliê que dava os
primeiros passos no uso do computador para produzir desenhos
animados. Era, de fato, um negócio de visionários: logo esse
estúdio incipiente se tornaria propriedade de um certo senhor
chamado Steve Jobs. Começava então uma verdadeira revolução. A
presença de Lasseter foi fundamental para que a PIXAR se tornasse
essa potência de hoje. Ninguém personifica melhor do que ele a
revolução por que passou o mundo da animação nos últimos anos.
Dirigiu o primeiro sucesso do estúdio, Toy Story (1995), um divisor
de águas a partir do qual o formato digital passou a ditar as
tendências no segmento. Mesmo quando ele se abstém de dirigir, é
sua visão arrojada que norteia produções como Monstros S.A. e Os
Incríveis. É por isso que ele tem sido chamado de “O Walt Disney
do século XXI”. Ele vive um momento especial. Ele está de volta à
empresa em que começou sua trajetória – mas como chefão.
Em
janeiro de 2006, depois de anos assolada por uma crise criativa que a
tornou perigosamente dependente das produções da parceira com a
PIXAR para fechar seus balanços, a Disney achou uma forma de
resolver o problema: comprou sua galinha dos ovos de ouro. Foi então
que ele assumiu o comando da área de animação da Disney, além de
continuar dando as cartas na PIXAR, se tornando um dos gênios mais
poderosos e influentes de Hollywood. Quatro décadas depois da morte
do fundador Walt Disney, surgia um profissional de criação tão
visionário. Por isso muitos passaram a acreditar que ele preencheria
o vazio criativo deixado pelo idealizador de Mickey Mouse e Pato
Donald. A primeira visita dele aos estúdios da Disney após a compra
da PIXAR foi um exemplo disso. Aplaudindo-o efusivamente uma multidão
de artistas da equipe foi recebê-lo, o que comprovava o prestígio
que desfruta entre seus pares. A atuação de John pós-aquisição
deu resultados quase imediatos. O lucro da divisão de filmes do
grupo Disney subiu 64% entre 2006 e 2007, enquanto o dos parques, que
incorporaram personagens da PIXAR, cresceu 11%. Ele é uma figura que
não faria feio como personagem de seus filmes. Bonachão, não
abdica por nada de suas extravagantes camisas havaianas coloridas e
jeans, e seus olhos brilham diante dos brinquedos inspirados em seus
filmes. “Não
raro, me pego conversando com eles”,
diz. A própria PIXAR, aliás, foi moldada à imagem e semelhança de
seu líder. Em 2011, ele alcançou o reconhecimento máximo ganhando
uma estrela na calçada da fama na Hollywood Boulevard por sua
contribuição para o cinema. Nada mais justo para um verdadeiro
gênio.
A
Marca
Ao
longo dos anos a identidade visual da PIXAR passou por algumas
modificações. Desde o logo original (que continha um quadrado
azul), passando pelo que tinha como símbolo a mascote da marca (uma
simpática luminária) até o atual, o logotipo foi se tornando mais
limpo e simples.
Os
filmes do estúdio de animação, que empregam mais de 1.250 pessoas,
são distribuídos em mais de 120 países utilizando toda a gigante
estrutura do Grupo Disney. Além da arrecadação de bilheteria, o
estúdio fatura alto com o licenciamento de produtos dos mais
variados, como por exemplo, jogos de computadores e videogames,
roupas, brinquedos, relógios, objetos de decoração, etc.