terça-feira, 11 de setembro de 2012

Bmw


A BMW (abreviação de Bayerische Motoren Werke), em português “Fábrica de Motores da Baviera”, começou com uma origem modesta no dia 7 de março de 1916, quando foi fundada por Karl Friedrich Rapp e Gustav Otto após a fusão de dois fabricantes de motores de avião da cidade de Munique: a Rapp Motorenwerke, que havia sido fundada em 1913, e a Gustav Otto Flugmaschinfabrik. Pouco mais de um ano depois, a empresa foi rebatizada com o nome que mantém até hoje. A Primeira Guerra Mundial proporcionou um crescimento rápido à empresa, que logo construiu amplas instalações a leste do antigo aeródromo de Oberwiesenfeld em Munique. Até 1918, forneceu motores para aviões militares. Sua história começou a mudar quando o Tratado de Versalhes, assinado após o fim do conflito mundial, proibiu à Alemanha de fabricar motores para aviões durante cinco anos.
A BMW então, passou a fornecer motores de quatro cilindros para caminhões e barcos. A empresa deve o sucesso de seus produtos na fase inicial ao visionário engenheiro Max Friz. Um motor de seis cilindros para aviões, desenvolvido por ele, valeu à empresa, em 1919, o primeiro recorde mundial de sua história: o de altitude de vôo, com 9.760 metros. Foi ele também que desenvolveu a primeira motocicleta da marca BMW, chamada R 32, com motor boxer de dois cilindros, lançada no Salão de Berlim em 1923. Utilizou o princípio de construção mantido até hoje nas motocicletas da marca: motor boxer e transmissão secundária por eixo cardan.
Porém a BMW precisava se estabelecer no setor dos carros utilitários com menores dimensões. Foi então que em 1928 comprou uma fábrica de carros em Eisenach/Thuringia e, junto com ela, uma licença para produzir um pequeno automóvel chamado Dixi, baseado no modelo inglês Austin Seven, com motor de válvulas laterais de 15 cv e 748 cc, que foi rebatizado com o nome de Dixi 3/15. O carrinho adquiriu grande popularidade, ajudando e muito a superar as dificuldades durante a grande crise econômica da época. Posteriormente, lançou-se no mercado o primeiro carro com logotipo BMW, também chamado 3/15, devido à sua semelhança com o modelo anterior. Até o início da década de 30, o aperfeiçoamento visual e técnico tinha sido tão importante que os automóveis produzidos não lembravam em nada os modelos originais. Eram, no entanto, desenhos provisórios, pois as oficinas da BMW já estavam desenvolvendo exemplares de uma série de carros com motor de seis válvulas, que fariam a empresa famosa em toda Europa e lhe proporcionariam, inclusive, grande fama nos circuitos esportivos. Portanto, o modelo 303, lançado em 1933, foi o verdadeiro antecessor dos atuais BMW. Este modelo foi o primeiro automóvel com as tradicionais grades dianteiras gêmeas, que se tornaram símbolos da marca alemã.
No ano das Olimpíadas de Berlim, em 1936, introduziu no mercado o carro esportivo mais bem-sucedido da Europa na categoria de dois litros: o BMW 328. No fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, a BMW estava totalmente destruída. Perderam-se as fábricas de Eisenach, Dürrerhof, Basdorf e Zühlsdorf. A sede em Munique também havia sido destruída. As forças aliadas vitoriosas proibiram a BMW de operar durante três anos devido à produção de motores de aviões e foguetes que ajudaram o regime nazista. Em 1948, a motocicleta BMW R4, com motor de um cilindro, saiu das linhas de produção da fábrica de Munique sendo o primeiro produto pós-guerra da marca alemã. Somente em 1951 a empresa produziu seu primeiro automóvel pós-guerra, o modelo 501. Entrou em produção no ano seguinte, mas foi um fracasso financeiro.
Em 1962, o modelo 1500 estabeleceu a tendência da filosofia de designer da empresa. Foi o primeiro de uma nova categoria de automóveis esportivos e compactos de turismo. Nas décadas seguintes a BMW, além de lançar modelos históricos, introduziu tecnologia de ponta, como em 1979 quando desenvolveu a primeira eletrônica digital para motores; fornecendo o primeiro modelo BMW de carro blindado; e iniciando pesquisas para o desenvolvimento de motores de hidrogênio; ou como na década de 80 quando o sistema de freios ABS foi adotado na produção em série, além dos primeiros modelos europeus equipados com catalisador (1984). No ano da queda do muro de Berlim em 1989, a BMW atingiu mais um recorde com a produção de meio milhão de automóveis. A partir dos anos 90 a montadora alemã iniciou uma enorme diversificação em sua linha de produtos, ingressando em novos segmentos com o lançamento de modelos roadster, utilitários esportivos e até uma série de veículos compactos. Recentemente a BMW anunciou que vai ressuscitar a antiga marca Isetta, mas dessa vez, a proposta será um modelo de carro urbano compacto com motor elétrico na parte traseira e baterias de íons de lítio sob o assoalho. O nome será alterado para “i-Setta” e a marca será a responsável pelas vendas do futuro modelo derivado do projeto MegaCity na Europa a partir de 2012. A Isetta ficou conhecida no Brasil pela associação às indústrias Romi, que passou a produzir o modelo no país a partir de 1956. O “Romi-Isetta” foi o primeiro carro produzido no Brasil.
De acordo com uma pesquisa feita com 67.000 oficinas mecânicas e reparadoras de automóveis dos Estados Unidos, a BMW é considerada a terceira marca automotiva que menos visita esses estabelecimentos, em segundo lugar é a Honda e em primeiro lugar a Toyota. A sua maior concorrente Mercedes-Benz ficou em quinto lugar.

Motocicletas
 
A história da marca alemã com motocicletas começou antes mesmo da produção de automóveis, em 1923 quando o modelo R32, projetado pelo engenheiro Max Fritz, estreou nos salões de Paris e Berlim. Este modelo apresentava as características básicas das futuras motos da marca: motor boxer de 2 cilindros e transmissão secundária por eixo cardan. Era o início de uma história de sucesso. No ano seguinte o chefe de desenvolvimento, Rudolf Schleicher, desenvolveu uma versão esportiva do motor R32 e o instalou na motocicleta modelo R37, com a qual Franz Bieber conquistou para a BMW o campeonato alemão de velocidade. Nos anos seguintes a montadora desenvolveu modelos revolucionários como a R39, apresentada em 1925, primeira monocilíndrica da marca, com motor de 250cc; a BMW R62, em 1928, com motor de 750cc, permanecendo como a moto de maior cilindrada da marca até 1973; a R12, introduzida em 1935, primeira motocicleta equipada com suspensão dianteira telescópica; e a R51, equipada com suspensão traseira com pino oscilante em 1938. Com a Segunda Guerra Mundial surgiu a R75 militar, equipada com side-car e tração tanto na motocicleta como no side-car. Em 1948, após o término do conflito, a fábrica da BMW estava praticamente destruída. Um pequeno grupo de funcionários conseguiu começar a montar novamente as motocicletas utilizando peças que sobraram dos modelos militares, iniciando a produção com o modelo R24 de 250cc.
Em 1951 foi lançada a R 51/3, primeira motocicleta boxer do pós-guerra, que possuía novo desenho e tecnologia. Este modelo ficou conhecido como “a indestrutível”, tamanha era a resistência e qualidade das peças empregadas em sua fabricação. A fábrica de motocicletas foi transferida de Munique para Berlim, em 1970, aproveitando-se de incentivos fiscais do Governo Alemão necessários para produzir uma motocicleta mais econômica que pudesse competir com as japonesas. Foi introduzido então o modelo série/5, seguido, em 1973, do série/6, e modelos de maior cilindrada (900cc), como a R90/6 e a esportiva R90 S. Pela primeira vez uma motocicleta BMW de série ultrapassou a marca dos 200km/h. Era a resposta alemã ao sucesso da CB750 da Honda. A BMW introduziu em 1976 a série/7 incluindo a R100RS de 1000cc, a primeira moto de série no mundo com carenagem integral. O sucesso da carenagem foi tão grande que imediatamente os proprietários dos modelos anteriores atualizaram suas motocicletas incorporando a carenagem da R100RS.
A divisão de motos para competições, conhecida como BMW Motorrad, conquistou ao longo de sua história vitórias importantes como no Rali Paris-Dakar em 1981 com Hubert Auriol (primeira vitória na competição), feito que se repetiu em 1983 e nos dois próximos anos, desta vez com o piloto Gaston Rahier. A marca também fazia sucesso no Rali dos Faraós e no Baja Califórnia. Em 1987 encerrou-se a participação da BMW como equipe oficial. Mesmo assim, a marca continuou obtendo destaque com pilotos que utilizavam suas motocicletas. Eddy Hau, por exemplo, venceu a categoria Marathon do Paris-Dakar em 1988 e Jutta Kleinschmidt, em 1992, se tornou a primeira mulher a correr a prova. Após dez anos de afastamento, a BMW voltou a se envolver com o Paris-Dakar em 1998. No ano seguinte, o francês Richard Sainct venceu a competição. Em 2000, ganhou os quatro primeiros lugares, com Sainct em primeiro seguido por Oscar Gallardo e Jimmy Lewis. Em 2001, a BMW mudou o foco e começou a organizar sua própria competição, batizada de Boxer Cup. A BMW produz exclusivamente motocicletas com mais de 500 centímetros cúbicos, das quais vende aproximadamente 100 mil unidades anualmente. O faturamento com esta divisão para o Grupo BMW supera €1 bilhão.

A Sede
 
A imponente sede da BMW, localizada perto da Vila Olímpica de Munique, capital da Baviera, é um enorme complexo que chama a atenção por um edifício original, conhecido como BMW Tower e chamado oficialmente de BMW-verwaltungsgebäude, com quatro marcantes torres cilíndricas contemporâneas, que pretendem simbolizar “prosperidade, autonomia e perfeição técnica com um toque de utopia”. A sede mundial da BMW, projetada pelo arquiteto Karl Schwanzer, ficou pronta, por fora, em 1972, após quatros anos de construção, para os Jogos Olímpicos que se realizaram naquele ano em Munique. Somente no ano seguinte os funcionários se mudaram para lá.
O complexo é composto ainda por um enorme e completo museu (inaugurado também em 1973) cujo acervo é composto por 326 carros históricos da marca e uma sala de cinema com capacidades para 100 pessoas onde são exibidos filmes que contam a trajetória da montadora. Dentro do prédio redondo as rampas e escadas rolantes conduzem o visitante a viajar pelos mais de 90 anos de história da marca. O prédio é dividido em sete áreas temáticas de exibição, como oHouse of Design, que apresenta os visitantes ao espírito BMW, mostrando o processo de inspiração dos designers e os métodos de criação da imagem da marca; o House of the Company, que apresenta as origens e a evolução da BMW; ou o House of Motor Sport, ala esportiva que relembra as inúmeras glórias conquistadas nas competições de automobilismo. O museu ainda oferece aos visitantes a possibilidade de conhecer clássicos da montadora como os modelos Roadster, os Serie 3, 5, 6 e 7, e apresenta as máquinas do futuro, como os visionários carros-conceito movidos a hidrogênio.
Á poucos metros do complexo está localizado o Centro de Pesquisas e Inovação da montadora. Entrar neste setor sem ser convidado é tão difícil quanto pronunciar o nome desse departamento sem saber falar alemão. O Forschungs und Innovationszentrum (FIZ) é o centro nervoso de todo o desenvolvimento do grupo BMW. Em seus prédios geminados, que vistos de cima lembram o Pentágono, estão guardados os segredos dos futuros projetos das marcas BMW, Mini e Rolls-Royce. Nele trabalham cerca de 8.500 especialistas das mais diversas áreas, desde engenheiros a designers e matemáticos, todos pensando em projetos do futuro. Eles pesquisam novos materiais, combustíveis, formas aerodinâmicas e técnicas de produção, além de estudos voltados para as áreas elétrica e eletrônica. O acesso aos laboratórios só é permitido a super funcionários como engenheiros, designers ou especialistas em computação, todos portadores de senhas especiais. A imprensa e curiosos geralmente são mantidos a distância.

A Marca
 
O logotipo circular da BMW é uma lembrança do produto original produzido pela empresa alemã: o avião. Lembra uma hélice em rotação vista de frente. Isto porque muitos aviões eram pintados com as cores das suas regiões e aqueles da “Bavarian Luftwaffe” estavam pintados de azul e branco, correspondendo às cores do Brasão da Baviera. Diz-se que um piloto viu a hélice com alternados segmentos de branco e azul, e daí surgiu a idéia para a concepção do logotipo. Ele foi criado depois que Karl Rath e Gustav Otto conseguiram permissão do governo alemão para produzir motores de avião em 1917. O primeiro carro a ter o símbolo da marca alemã foi o modelo Dixi 3/15 de 1928. Ao longo dos tempos o logotipo sofreu pequenas alterações bastante suaves aos olhos dos consumidores.
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca BMW está avaliada em US$ 22.322 bilhões, ocupando a posição de número 15 no ranking das marcas mais valiosas do mundo. Além disso, a BMW é a 82ª maior empresa do mundo de acordo com a Fortune 500 de 2010.
Presente em todas as partes do mundo, o grupo BMW emprega mais de 96 mil pessoas em 24 fábricas de produção e montagem espalhadas por 13 países (incluindo China, Estados Unidos, África do Sul, Índia, Egito, Canadá, Áustria e Alemanha), com faturamento em torno de €51 bilhões. Em 2010 a montadora alemã encerrou o ano com vendas globais de 1.461.166 de veículos das marcas BMW (1.224.280 unidades), Mini (234.175 unidades) e Rolls Royce (2.711 unidades). A divisão de motocicletas vendeu em 2010 mais de 98.000 unidades, gerando um faturamento superior a €1.1 bilhões. Em 2010 no Brasil a BMW vendeu 9.886 veículos.

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