terça-feira, 23 de outubro de 2012

Porsche

 A trajetória da PORSCHE não começa com o primeiro carro esportivo construído em 1948. Suas raízes datam do começo do século 20 quando o jovem engenheiro e piloto de teste austríaco Ferdinand Porsche apresentou seus primeiros projetos de design, dentre eles um carro com motor elétrico, batizado de Lohner-Porsche e exibido na Exposição Mundial de Paris em 1900. O eixo de roda inventado pelo jovem engenheiro começava então a fazer o sobrenome PORSCHE famoso no mundo inteiro. Em 1928 Ferdinand já fazia parte da equipe de engenheiros responsáveis pelo desenvolvimento dos lendários Mercedes-Benz SS e SSK. Finalmente, no dia 25 de abril de 1931, fundou o escritório de engenharia PORSCHE (Porsche Engineering) na cidade alemã de Stuttgart. Desenvolveu projetos importantes para a percussora da Volkswagen na década de 30. Em 1938, sob sua direção, foi construída na cidade de Wolfsburg na Alemanha a primeira linha de montagem da Volkswagen, responsável pelo projeto Type 32, que viria a ser conhecido como o popular Fusca ou Käfer, em alemão.
Com o advento da Segunda Guerra Mundial os projetos foram suspensos e o carro só começou a ser produzido em série no ano de 1946 pela VW. Em 1948, Ferdinand Porsche Júnior (filho de Ferdinand), e conhecido carinhosamente como Ferry, construiu a partir do Volkswagen um carro esportivo em Gmünd na Áustria, que foi batizado com o nome de Cisitalia. Nascia assim o primeiro carro esportivo do mundo, o 356, um roadster extremamente leve produzido em alumínio. O número fazia alusão ao fato deste ser o 356° projeto do escritório de design PORSCHE. Finalmente, no dia 8 de junho, o primeiro carro levando o sobrenome PORSCHE, denominado modelo 356/1, desenvolvido por Ferry Porsche e sua equipe, recebeu homologação oficial.
Em 1949 foi apresentado o carro de corrida PORSCHE CRISTALIA 360 no salão do automóvel de Turim, tendo 1493cc, tração nas quatro rodas e impressionante velocidade máxima de 300 km/h. A PORSCHE mudou seus escritórios para a cidade alemã de Zuffenhausen, próximo a cidade de Stuttgart, somente em 1950, quando oficialmente passou a ser uma fábrica de automóvel independente. Assim começava um novo capítulo na história da marca alemã. Nos galpões alugados da Reutter, uma fabricante de carrocerias, a produção foi aprimorada. O ano de 1951 foi marcado por tristezas e alegrias: primeiro com a morte de Ferdinand Porsche, aos 75 anos devido a complicações de um enfarte, e segundo com a vitória do PORSCHE 356 nas 24 horas de Le Mans, a primeira vitória internacional da marca em corridas automobilísticas. Esta década confirmaria a evolução da marca PORSCHE com o lançamento em 1953 do motor Fuhrmann, que equipava o modelo 550 Spyder, com 1.5 litros, 4 cilindros e 110 hp; com a estréia do primeiro carro alemão com pára-brisa laminado e curvado, o 356 Speedster; a primeira aparição da montadora na F-1, no GP da Alemanha de 1957, utilizando o modelo 550 RS, com o italiano Umberto Maglioli e o alemão Edgard Barth; além da comemoração do 25º aniversário da marca, quando o PORSCHE 356 de número 10.000 foi produzido e apresentado no hall de entrada da fábrica. Nesta altura, a PORSCHE já somava 400 vitórias em corridas internacionais, tinha adquirido enorme fama internacional e um de seus mais célebres fãs, o ator americano James Dean, pilotava um PORSCHE 550 Spyder, quando morreu em um acidente, em 1955, na Califórnia. Uma década depois do lançamento do modelo 356, mais de 25.000 unidades foram produzidas. Até o final da série, em 1965, estima-se que foram fabricadas 77.361 unidades deste modelo.
Em 1969 ocorreu a apresentação no Frankfurt Motor Show dos modelos 914-4 e 914-6, dois carros de competição com motor central. Nesta época, a PORSCHE venceu pela segunda vez o campeonato mundial de carros de fábrica e, pelo segundo ano consecutivo, o PORSCHE 911 venceu o rali de Monte Carlo. Em 1971 foi inaugurado o Centro de Desenvolvimento e de Produção em Weissach, que viria a ser o coração nervoso da empresa alemã. Nesta década a marca alemã apresentou várias inovações: aros de magnésio como itens de série no modelo 914 (1970); frisos em magnésio e barra anti-capotagem ajustável no modelo de competição 917 (1971); cintos de três pontos colocados como itens de série (1973); se torna a primeira fábrica de carros no mundo a usar carrocerias de aço galvanizado como padrão (1975). Em meados da próxima década, no ano de 1986, o PORSCHE 944 se tornou o primeiro carro europeu com air-bags de série para motorista e passageiro a ser vendido nos Estados Unidos. Pouco depois, em 1989, a PORSCHE introduziu uma tecnologia revolucionária no setor automobilístico: o sistema Tiptronic de câmbio com quatro velocidades, operado manualmente ou como transmissão automática, lançado no modelo 911 Carrera 2. E não demorou muito para surgir outro conceito inovador: o carro-conceito BOXTER, apresentado na Detroit Auto Show. Em 1992 quando todos pensavam que a montadora seria comprada por um grande grupo do setor, chegou à presidência da PORSCHE o Dr. Wendelin Wiedeking. O quadro era preocupante: a produção tinha tornado-se pouco lucrativa e os produtos fracos e não muito apelativos ao consumidor. O maior exemplo da ineficácia da montadora: em janeiro de 1991 foram vendidos somente três carros nos Estados Unidos, atingindo o ponto mais baixo das vendas da marca no país. 
 
Foi então que ele trouxe para a central de Zuffenhausen assessores japoneses da Kaizen que reorganizaram a produção; fases inteiras de trabalho foram eliminadas, os seis níveis hierárquicos foram reduzidos a quatro; o quadro de executivos sofreu uma redução de 38%; e jornadas de trabalho flexíveis foram adotadas. Uma parte dos planos de saneamento foi a introdução de estruturas flexíveis e a redução dos custos. Por outro lado, os invendáveis modelos 928 e 968 não foram mais produzidos, dando-se início ao desenvolvimento de um novo automóvel. Em apenas quatro anos surgiu o novo Boxster. O protótipo foi recebido com entusiasmo na Detroit Motor Show de janeiro de 1997. Dr. Wiedeking, um ”workaholic”, deu novo impulso à montadora alemã.
Tinha-se a impressão de que a meta era sempre a mesma: aumentar a produção, o faturamento, os lucros e a cotação das ações na Bolsa de Valores. O resultado foi que a PORSCHE jamais construiu e vendeu tantos veículos como nos últimos anos. Recentemente, a PORSCHE tornou-se o principal acionista (30% das ações) do Grupo Volkswagen, e analistas previam que não iria demorar muito para a montadora de Stuttgart comprar o gigante alemão. E acertaram, pois, no dia 3 de março de 2008, a nanica, mas rentável, PORSCHE assumiu o controle de 51% do Grupo Volkswagen. Porém, não resistiu aos efeitos da crise financeira internacional iniciada no final daquele ano, que agravou os problemas financeiros da montadora, quando seu maior mercado, os Estados Unidos, reduziu em 50% o volume de importações dos esportivos alemães. Convém lembrar também que a economia alemã, a quarta do mundo, entrou formalmente em recessão. Sem fôlego para bancar a dívida assumida com a compra das ações, devolveu o controle majoritário para a Volkswagen. As duas empresas, cujos presidentes são primos, permanecem com administrações autônomas. Mas a montadora se beneficiará bastante com o acordo de se juntar a Volkswagen, a partir de 2012. O CEO da VW, Martin Winterkorn, falou que a PORSCHE AG, como subsidiária da empresa, poderá dobrar sua produção e conseqüentemente vendas até 2013, chegando a 150.000 unidades anuais. Depois que Matthias Muller, ex-chefe de produtos da Audi, assumiu o controle da PORSCHE, cresceram as especulações de que a marca poderá em breve lançar um conversível compacto, que seria um modelo de entrada para esse segmento.
Enquanto isso, a marca alemã anuncia seus novos projetos. Um deles atende pelo nome de CAJUN, utilitário esportivo de pequeno porte que ampliará ainda mais o segmento de maior sucesso mundial da PORSCHE. Além do novo Cayenne, que já consolidou claramente a sua posição no mercado como o utilitário esportivo de maior sucesso na categoria luxo, o Cajun também exercerá um impacto muito positivo com as características típicas da PORSCHE, tais como baixo peso, facilidade de manejo e agilidade.
Foi desta forma que a marca PORSCHE tornou-se sinônimo de ousadia, esportividade e luxo, posicionando seu principal produto como um automóvel cheio de exclusividade. Inovações na fabricação de carros esportivos e notáveis desenvolvimentos alcançados pela PORSCHE sempre tiveram um efeito marcante na indústria automobilística, mesmo em montadoras concorrentes. Um exemplo disso é a obsessão pela qualidade: o teto de um PORSCHE conversível tem que ser aberto e fechado um total de seis mil vezes dentro de uma câmara de climatização a calores extremos, oscilando com temperaturas de 10 graus negativos. Ou que as janelas laterais devem ser abertas e fechadas cerca de 40 mil vezes. As portas são fechadas 100 mil vezes. Esta metodologia de testes é resultado de anos de experiência e garantem a mais alta qualidade para um veículo da PORSCHE.

O Design
 
A relação da PORSCHE com o design sempre foi extremamente forte. Aliás, o DNA da marca sempre foi seu design exclusivo e ousado. Tanta importância resultou na fundação do estúdio PORSCHE DESIGN, criado pelo professor Ferdinand Alexander Porsche (neto do fundador da empresa), em 1972 na cidade austríaca de Zell am See, que desejava criar algo que fosse além dos carros, expandindo assim os horizontes da empresa para a concepção de outros produtos. Rapidamente o estúdio se tornou um nome de ponta nas áreas de desenho industrial, itens de luxo e bens de consumo, criando objetos com potencial para se tornarem verdadeiros clássicos. Desde então, os seus produtos (que englobam, além dos produtos automobilísticos, malas, relógios, óculos, canivetes, chaveiros, canetas, telefones celulares, cafeteiras, tênis, roupas, e até iates) tornaram-se um verdadeiro exemplo de funcionalidade intemporal e de inovação técnica. Um exemplo disso é um cachimbo que esbanja charme, produzido com a raiz de urze branca, uma espécie de arbusto raro, com número de série e guardado em uma caixa especial para não arranhá-lo.

As Fábricas
 
A montadora alemã tem sua sede principal localizada em Zuffenhausen, nas cercanias da cidade de Stuttgart na Alemanha. É neste complexo que está localizado o sistema nervoso do progresso da PORSCHE: o centro de pesquisa e desenvolvimento. O centro administra aproximadamente 3.550 patentes válidas mundialmente. Todos os anos, à esse número, são acrescidos mais 100 novas patentes. Este monumental complexo também abriga o PORSCHE MUSEUM.
A segunda fábrica, localizada em Leipzig, na antiga República Democrática Alemã, foi inaugurada no dia 20 de agosto de 2002, ao custo de €127 milhões, com capacidade para produzir 25.000 unidades anuais. Em um edifício em forma de diamante, com uma arquitetura que é o mais puro DNA da PORSCHE, estão abrigados os escritórios administrativos, a área de atendimento personalizado; um auditório; uma loja onde se encontram quase todos os artigos de merchandising, tanto da própria PORSCHE, como da Porsche Design; um restaurante para os clientes; e um pequeno museu, onde estão expostas “jóias raras”, que fazem parte do seu rico acervo histórico. Além disso, a fábrica de Leipzig incorpora o que há de mais moderno na indústria automotiva, incluindo um local especial para testes com pista de asfalto e terra, bem como um maravilhoso centro de atendimento a clientes. A fábrica marca o ponto final de um integrado e ultramoderno processo de produção: a montagem do Porsche Cayenne. Porém, a parte mais emocionante da fábrica é o Porsche Driving Experience. Junto às instalações existem duas pistas exclusivas da montadora, uma delas Off-Road, com seis 6 km de distância e cerca de quinze diferentes obstáculos: rampas com inclinações de 60%, com maior e menor aderência; seqüências de lombadas; fossos com água; e rampas com inclinação lateral, entre outros. A outra pista conjuga partes dos mais famosos circuitos mundiais como Laguna Seca, Monza, Spa-Francochamps e Nurbürgring em uma extensão de 3.7 km.


O Museu
 
No dia 31 de janeiro de 2009, abriu oficialmente as portas do novo Museu da Porsche, localizado na cidade de Stuttgart. São 5.600m² de área e aproximadamente 80 carros em exposição. O novíssimo e moderno museu, que custou €100 milhões, veio substituir um antigo, e pequeno, que tinha capacidade apenas para 20 carros. Apresentando uma estrutura futurista e ousada, o prédio de 140 metros de comprimento, 70 metros de largura e aproximadamente 35.000 toneladas está apoiado em apenas três colunas. Com amplos salões brancos, o prédio conta a história da empresa e de suas criações através de um estilo minimalista que parece transportar os visitantes ao futuro. A escolha da cor branca não foi à toa. A intenção é justamente dar destaque total aos automóveis, além de passar alguns valores da marca através do projeto como um todo: leveza, dinâmica, velocidade e força. O edifício, projetado pelo escritório austríaco Delugan Meissl, é dividido em três partes, a começar pelo salão principal, onde estão expostas preciosidades como o modelo 356, primeiro carro construído pela marca em 1948, e mostrado pela primeira vez depois de um minucioso processo de restauração.
Os outros setores são o workshop, onde é possível acompanhar ao vivo a restauração de veículos antigos, e o arquivo, com um acervo de 3.000 livros sobre a história da montadora. Em uma área é possível se divertir sentindo o ronco de diferentes motores da montadora. Para os mecânicos interessados na parte mais técnica não falta informação e nem tampouco peças para se observar internamente e com mínimos detalhes através de uma oficina dentro de três “aquários” de vidro que apresentam três fases: produção, desenvolvimento e design. Os carros de corrida são a “menina dos olhos” da PORSCHE. Eles estão definitivamente em destaque no museu, principalmente o PORSCHE 917, posicionado sob 320.000 luzinhas LED. Além de tudo isso, o museu ainda oferece um “Centro Multimídia” gratuito, onde o visitante pode navegar e conhecer mais sobre a história e sobre os modelos da marca. O museu ainda conta com uma loja, o sofisticado restaurante “Christopherus” e um moderno bar, onde é possível tomar café ou comer uma das deliciosas tortas alemãs. A coleção histórica da PORSCHE possui 400 carros de corrida e de rua. Justamente por isso, os itens em exposição no museu são freqüentemente trocados, aumentando o fascínio e a curiosidade dos 200 mil visitantes que a PORSCHE recebe anualmente. O museu funciona de terça a domingo, das 9 às 18 horas. Adultos pagam €8, os estudantes pagam meia e crianças até 14 anos acompanhadas não pagam. 

A Marca
 
O que é a marca PORSCHE? Para a prestigiada revista econômica americana Business Week é a melhor empresa européia. Para os analistas dos grandes bancos, a menor montadora independente do mundo e também a empresa de maior lucratividade. Em uma recente pesquisa da revista Manager Magazin, 2.500 gerentes alemães elegeram a PORSCHE como a empresa de maior prestígio no país. Nos Estados Unidos, justamente o maior mercado da marca no mundo, a PORSCHE foi premiada com o primeiro lugar em uma pesquisa sobre a marca de automóvel de luxo com mais prestígio entre o público de alta renda do país. Além disso, aproximadamente 70% de seus já produzidos ainda estão rodando pelas ruas em várias cidades do mundo. Isso significa um voto indubitável em favor do prazer de dirigir um PORSCHE.
Considerada uma das mais brilhantes estrelas do setor automobilístico atualmente, a PORSCHE tem seus cobiçados carros comercializados em aproximadamente 100 países ao redor do mundo. A gama de veículos oferece 41 opções dos modelos Boxster, Cayman, 911, Cayenne e Panamera. Sua produção modesta, aproximadamente 95 mil carros em 2010, não impede que a PORSCHE seja altamente rentável. A empresa tem a maior média de lucratividade por carro vendido do setor: impressionantes US$ 30.000 de lucro por unidade comercializada. Em 2010, os modelos mais vendidos da marca foram Cayenne e 911 Carrera, que continua sendo a expressão máxima da marca PORSCHE.
O logotipo da PORSCHE deixa muito claro a forte ligação que a empresa possui com o estado alemão de Baden-Württemberg, em particular com sua capital, Stuttgart. A cidade nasceu por volta do ano 900 como um haras, um “stuotgarten” do duque Liutolf da Suábia. No século 14 adotou o nome pelo qual conhecemos hoje, mas seus moradores (com um dos sotaques mais carregados do país) chamam-na de Schturgert. O cavalo negro ao centro do logotipo representa o brasão da cidade de Stuttgart, um símbolo perfeito para a imagem da marca. No logotipo, o brasão de Stuttgart está posicionado sobre o brasão de Baden-Württemberg, reforçando ainda mais os laços que unem a empresa a esta região da Alemanha.
 


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