Foi de um simples barracão, com três
metros de largura por nove metros de comprimento, e em cuja fachada
podia se ler o letreiro “Harley-Davidson Motor Company”, na
pacata cidade de Milwaukee, estado americano de Wisconsin, que no dia
28 de abril de 1903 foram produzidas as primeiras três motocicletas
da marca. Na verdade uma bicicleta reforçada com motor de 3 HP,
batizada com o sobrenome dos seus criadores: o desenhista Bill Harley
e o engenheiro Arthur Davidson, dois jovens colegas de universidade
que enfrentaram o desafio de colocar um sonho em pé; em pé e
rodando; rodando e encantando; encantando e apaixonando. Na verdade,
o sonho deles era apenas construir uma motocicleta para poder
passear; mas se empenharam com tanto amor e comprometimento que mais
que realizar um sonho e construir uma moto, eles criaram, de verdade,
uma mística. Como o veículo se mostrou bom, eles construíram mais
dois exemplares. Dessas três motocicletas, uma foi vendida por US$
200 diretamente pelos fundadores da empresa para Henry Meyer, um
amigo pessoal deles.
Em
Chicago, a primeira concessionária nomeada pela marca, C. H. Lang,
comercializou outra das três motocicletas fabricadas. No dia 4 de
julho, uma moto HD ganha uma corrida de 15 milhas em Chicago.
Enquanto isso, na cidade de Milwaukee, o primeiro trabalhador da
empresa é contratado em tempo integral. Depois de conseguir um
empréstimo bancário, os jovens empreendedores instalaram uma
fábrica no centro da cidade. Assim, em 1906, teve início
oficialmente a produção de motocicletas apelidadas de Silent
Gray Fellow.
O nome provinha de Silent (Silenciosa) devido à condução suave que
os amortecedores proporcionavam, Gray (cinzenta) pela sua austera
pintura e única cor disponível, e Fellow (amiga), que sugeria uma
amizade entre o homem e a máquina, pois a motocicleta ganhou
reputação de ser uma companheira confiável na estrada. O nome
HARLEY-DAVIDSON MOTOR COMPANY foi adotado oficialmente em 17 de
setembro de 1907. Foi também neste mesmo ano, sob a presidência de
Walter Davidson, irmão de Arthur, que uma motocicleta HD foi
inscrita na primeira corrida organizada pela recém-criada Federação
Motociclista Americana. A experiência se mostrou um sucesso
estrondoso, pois o próprio Walter bateu os oitenta competidores, que
representavam pelo menos vinte marcas diferentes.
Em 1909, lançou o lendário motor
V-twin, com dois cilindros em “V” e inclinação de 45º. A
fabricação desses motores era simples e muitas outras empresas o
adotaram. O design foi um sucesso e passou a ser o motor clássico da
marca. Cerca de 1.100 unidades da motocicleta HARLEY-DAVIDSON V-8
foram vendidas. Ainda neste ano, a empresa disponibiliza pela
primeira vez as peças de reposição para suas motocicletas. A
primeira exportação de motocicletas ocorreu no ano de 1912 para o
Japão. Nesta época a empresa já possuía 200 concessionárias
espalhadas pelos Estados Unidos. Em 1916, o presidente dos Estados
Unidos enviou seu principal general numa HARLEY-DAVIDSON para acabar
com as estrepolias de Pancho Villa na fronteira mexicana. Antes de
cair nas graças dos estradeiros, a HARLEY-DAVIDSON foi usada como
meio de transporte na Primeira Guerra Mundial. Algumas delas eram
equipadas com “sidecars” tão sofisticados que possuíam armas
automáticas acopladas.
Durante
o conflito, a empresa recebeu do exército americano uma encomenda de
20 mil unidades. Nesta época a HARLEY-DAVIDSON já era a maior
fabricante de motocicletas do mundo, possuindo concessionárias em 67
países e uma produção superior a 28.000 unidades. Além disso, a
equipe de corrida da HARLEY-DAVIDSON, que já era conhecida como “The
Wrecking Crew”
(“Equipe de Demolição”), se tornou tão dominante nas pistas
americanas, daí o nome, que adotou um pequeno porco como sua
mascote. Assim que a paz se estabeleceu, a marca voltou às pistas em
1921, e se tornou a primeira equipe a vencer uma prova de velocidade
a mais de 100 milhas/hora. Nesta década a empresa introduziu muitas
inovações, como por exemplo, em 1925, com o tanque de combustível
em forma de gota de lágrima (antes era achatado), conhecido como
“Teardrop”,
marca registrada da HARLEY-DAVIDSON, além de freio na roda
dianteira.
A primeira ameaça foi a crise de
1929. No período da Grande Depressão, as vendas despencaram em 20%,
fazendo com que a empresa tivesse que mudar a cor original das motos,
o verde oliva, para cores mais atuais, como algumas combinações de
duas cores no tanque, ou algumas em sólidas cores art-déco com uma
águia pintada, fazendo com que a HARLEY-DAVIDSON se adaptasse melhor
ao mercado. Durante a Segunda Guerra Mundial, a empresa forneceu 90
mil motocicletas e sidecars para o exército americano, sendo
desenvolvido inclusive um modelo especial para os combates. Quando o
conflito acabou, o mercado americano emergiu, depois de anos de
retração por causa da guerra, e todos aqueles que haviam lutado se
tornaram os principais compradores das HARLEY-DAVIDSON, desejando
reviver o espírito da lendária motocicleta como civis. Esses
veteranos ajudaram a construir o mito HARLEY-DAVIDSON pilotando suas
motos com um forte orgulho americano, que, para alguns, seria a
lembrança dos amigos que lutaram com eles lado a lado, mas morreram
pela liberdade do país.
Em 1946 foi produzida a WR 750 Flathead que se mostrou uma das melhores motos de competição já construídas. Pouco depois, em 1948, as melhorias nos motores 1000 e 1200, fizeram surgir o lendário “Panhead”, um motor de 74 centímetros cúbicos com válvulas hidráulicas e cabeças de alumínio, que levou a produção a atingir 31.163 unidades. Os anos 50 foram tomados pelo espírito das motocicletas HARLEY-DAVIDSON. Como as máquinas deveriam ser cada vez mais potentes, as motocicletas foram se tornando mais leves, perdendo o pára-lama dianteiro e os acessórios. Os guidões começaram a assumir a forma de forquilha. Um novo modelo, conhecido pelo nome de Chopper, tornou-se muito popular. Nesse momento, as HARLEY-DAVIDSON já eram uma instituição americana, aparecendo em filmes como “The Wild Ones” (O Selvagem), protagonizado por Marlon Brando em sua possante e imperial HD no ano de 1954. Nos anos 60, as marcas japonesas, já reestruturadas, ganharam força em todo o mundo e a HARLEY-DAVIDSON sentiu o golpe da concorrência. A Honda lançou os modelos “leves”, enquanto a Kawasaki e a Yamaha entraram no mercado americano. Paradoxalmente, nesse período, a empresa consolidou sua fama internacional, pegando uma carona nos movimentos alternativos que pregavam liberdade, paz e amor. Elas foram, inclusive, as companheiras de Peter Fonda e Dennis Hopper no clássico filme “Easy Rider” (Sem Destino), onde foi apresentado pela primeira vez o modelo HD CHOOPER.
Em 1946 foi produzida a WR 750 Flathead que se mostrou uma das melhores motos de competição já construídas. Pouco depois, em 1948, as melhorias nos motores 1000 e 1200, fizeram surgir o lendário “Panhead”, um motor de 74 centímetros cúbicos com válvulas hidráulicas e cabeças de alumínio, que levou a produção a atingir 31.163 unidades. Os anos 50 foram tomados pelo espírito das motocicletas HARLEY-DAVIDSON. Como as máquinas deveriam ser cada vez mais potentes, as motocicletas foram se tornando mais leves, perdendo o pára-lama dianteiro e os acessórios. Os guidões começaram a assumir a forma de forquilha. Um novo modelo, conhecido pelo nome de Chopper, tornou-se muito popular. Nesse momento, as HARLEY-DAVIDSON já eram uma instituição americana, aparecendo em filmes como “The Wild Ones” (O Selvagem), protagonizado por Marlon Brando em sua possante e imperial HD no ano de 1954. Nos anos 60, as marcas japonesas, já reestruturadas, ganharam força em todo o mundo e a HARLEY-DAVIDSON sentiu o golpe da concorrência. A Honda lançou os modelos “leves”, enquanto a Kawasaki e a Yamaha entraram no mercado americano. Paradoxalmente, nesse período, a empresa consolidou sua fama internacional, pegando uma carona nos movimentos alternativos que pregavam liberdade, paz e amor. Elas foram, inclusive, as companheiras de Peter Fonda e Dennis Hopper no clássico filme “Easy Rider” (Sem Destino), onde foi apresentado pela primeira vez o modelo HD CHOOPER.
Vivendo
uma decadência, em 1969, a já mítica empresa foi comprada pela
American Machine and Foundry (AMF), que investiu US$ 60 milhões no
aumento de produção, exclusivamente para enfrentar as motocicletas
japonesas. Mas, apesar das vendas aumentarem e do governo americano
entrar na briga contra as rivais japonesas, taxando a importação de
motos, a empresa não saiu do vermelho. A produção, na década 70,
passou de 15.000 para 75.000 unidades ao ano, atingindo um volume
muito alto, mas deixando de lado o mais importante: a qualidade de
seus produtos. As motos chegavam a sair da fábrica já vazando óleo.
Um negociante de Nova York conta que era impossível sair do lado
leste de Manhattan para o lado oeste sem um kit de ferramentas. A
qualidade ficava cada vez pior, mas sua demanda continuava alta, até
o crescimento das empresas japonesas, que foram responsáveis pela
tomada de grande parte do mercado americano e mundial. Em 1981, uma
nova tentativa de salvar a marca: treze funcionários se uniram para
comprar a marca da AMF. Entre eles, estavam William G. Davidson, neto
de William Davidson, Vaughn Beals e Richard Teerlink. Para celebrar
esse acontecimento eles fizeram uma viagem de moto da cidade de York
à Milwaukee, sede da empresa. A frase “The
Eagle Soars Alone”
(A águia voa sozinha) se torna o grito de guerra para celebrar a
aquisição.
O passo seguinte foi convencer o governo a impor cotas ainda mais pesadas de importação para as motos japonesas, o que lhes deu tempo suficiente para se reerguer: adaptaram-se aos métodos de controle de qualidade e produção de seus concorrentes japoneses, reinventaram seu processo de fabricação e melhoraram o produto. As coisas começaram a melhorar em 1983, com um pequeno e tímido aumento nos lucros. O futuro se mostrava cada vez melhor, e em 1984 a empresa teve um lucro de US$ 3.9 milhões. Três elementos foram fundamentais para esse regresso glorioso: o lançamento de uma nova versão do motor V-Twin, batizada de Evolution, e o trabalho realizado por Willie G. Davidson à frente do departamento de projeto e responsável pela nova imagem da HARLEY-DAVIDSON. Em 1982, a participação da marca no mercado americano era de aproximadamente 15%; em 1997 chegou a 49%, quando a empresa teve vendas recordes atingindo 132 mil unidades no mundo.O uso inteligente da marca permitiu que a empresa ingressasse em novos mercados, comercializando desde roupas, como as tradicionais jaquetas de couro, botas, luvas até desodorantes, perfumes e acessórios com a grife HARLEY-DAVIDSON. Recentemente, com a crise mundial e a queda vertical das vendas, a empresa adotou a estratégia de focar investimento na marca HARLEY-DAVIDSON, encerrando as atividades da marca BUELL e vendendo a italiana MV Augusta. No início de 2011, após uma longa batalha judicial com o antigo distribuidor, a empresa assumiu oficialmente suas operações no Brasil. Dentre as ações a serem realizadas no país, está o plano de nomeação de novas concessionárias da marca, que atendam às necessidades de seus consumidores, oferecendo uma cobertura sólida e de acordo com os padrões mundiais da HARLEY-DAVIDSON.
O passo seguinte foi convencer o governo a impor cotas ainda mais pesadas de importação para as motos japonesas, o que lhes deu tempo suficiente para se reerguer: adaptaram-se aos métodos de controle de qualidade e produção de seus concorrentes japoneses, reinventaram seu processo de fabricação e melhoraram o produto. As coisas começaram a melhorar em 1983, com um pequeno e tímido aumento nos lucros. O futuro se mostrava cada vez melhor, e em 1984 a empresa teve um lucro de US$ 3.9 milhões. Três elementos foram fundamentais para esse regresso glorioso: o lançamento de uma nova versão do motor V-Twin, batizada de Evolution, e o trabalho realizado por Willie G. Davidson à frente do departamento de projeto e responsável pela nova imagem da HARLEY-DAVIDSON. Em 1982, a participação da marca no mercado americano era de aproximadamente 15%; em 1997 chegou a 49%, quando a empresa teve vendas recordes atingindo 132 mil unidades no mundo.O uso inteligente da marca permitiu que a empresa ingressasse em novos mercados, comercializando desde roupas, como as tradicionais jaquetas de couro, botas, luvas até desodorantes, perfumes e acessórios com a grife HARLEY-DAVIDSON. Recentemente, com a crise mundial e a queda vertical das vendas, a empresa adotou a estratégia de focar investimento na marca HARLEY-DAVIDSON, encerrando as atividades da marca BUELL e vendendo a italiana MV Augusta. No início de 2011, após uma longa batalha judicial com o antigo distribuidor, a empresa assumiu oficialmente suas operações no Brasil. Dentre as ações a serem realizadas no país, está o plano de nomeação de novas concessionárias da marca, que atendam às necessidades de seus consumidores, oferecendo uma cobertura sólida e de acordo com os padrões mundiais da HARLEY-DAVIDSON.
A Marca
O
icônico logotipo da marca HARLEY-DAVIDSON, chamado de “Bar
& Shield”,
surgiu em 1908, quando foi usado como um adesivo, fixado na caixa de
ferramentas encontrada nas motocicletas HD. O nome Bar & Shield
vem do formato do logotipo que é constituído por uma barra (bar)
onde está escrito o nome HARLEY-DAVIDSON e um escudo (shield) onde
se lê “Motor Cycles”. Um pedido de registro da marca no U.S
Patent Office com a data de 30 de janeiro de 1930 alega que o “B&S”
foi usado e aplicado constantemente pela empresa desde 6 de maio de
1910. A primeira associação com a cor preta e laranja para o
logotipo Bar & Shield data de 1922, quando peças e acessórios
receberam embalagens com novo design. A versão atual surgiu somente
em 1965, substituindo a versão antiga, bem mais alongada.
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