

O
modelo 35 teve longa carreira, de 1924 até 1931. Durante esses anos,
600 unidades foram construídas, venceu mais de 2.000 corridas
(considerado o maior vencedor de corridas de todos os tempos), tendo
feito sua estréia no GP da França de 1924. Foi o transporte
preferido dos playboys abastados dos anos 20 (Isadora Duncan morreu
em um deles, quando seu cachecol se prendeu a roda em movimento) e
transformou a BUGATTI numa marca respeitada, admirada e desejada. Não
foi por acaso que no dia 1 de maio de 1925 o senhor Ettore registrou
o slogan “Le
Pur Sangre Des Automobiles”
(“O puro sangue dos automóveis”) para seus preciosos carros.
“Seus
carros são realmente ótimos, Monsieur Bugatti, mas para um
verdadeiro gentleman, somente os Rolls-Royce são adequados”.
Quando ouviu essa afirmação em uma reunião social em meados desta
década, Ettore não ficou revoltado como era de se esperar. Uma
pessoa obviamente inteligente ele logo começou a pensar nos motivos
que levaram aquela linda jovem bem nascida a dizer tal coisa. Os
Rolls-Royce, apesar de tecnicamente inferiores aos carros do senhor
Ettore, tinham já naquela época qualidade e confiabilidade
incrível. Carros enormes, relativamente velozes e caríssimos, eram
a escolha preferida da nobreza européia, e, portanto a jovem não
deixava de ter razão. Ettore resolveu então que não aceitaria
passivamente essa situação. Discussões inúteis não valeriam a
pena: Ettore iria construir sua resposta. O resultado foi o tipo 41
“La Royale” ou, como é mais conhecido, o BUGATTI ROYALE.

Apenas
seis carros foram criados em seis anos, de 1926 a 1931, mas três
ficariam por décadas com a família Bugatti. O primeiro a ser
vendido (chassi 41111) foi o lendário roadster encomendado pelo
milionário francês Armand Esders.
Os
Bugatti Royale raramente são postos à venda. Como são carros
famosos, historicamente importantes e raríssimos (apenas seis
existem), quando alguém resolve vender um, casas de leilão se
entusiasmam, fortunas estremecem e todos esperam o momento em que uma
quantidade exorbitante de dinheiro trocará de mãos. Na última vez
em que isso ocorreu, em um leilão no Royal Albert Hall em 1987, o
colecionador americano Miles Collier vendeu seu Royale para o sueco
Hans Thulin por quase US$ 8 milhões, o valor mais alto pago por um
carro até hoje.
Em
1931, Ettore já havia deixado a operação da fábrica sob a
responsabilidade de seu filho Jean, então com apenas 22 anos. Quando
uma greve estourou em 1936, Ettore, um homem que dirigia sua empresa
como um senhor feudal, ficou extremamente abalado, a ponto de
abandonar Molsheim e se exilar em Paris, onde passou a se concentrar
no lucrativo negócio de trens. Os trens BUGATTI são uma história a
parte: eram vagões integrados à locomotiva, altamente aerodinâmicos
e propelidos por uma combinação de dois ou quatro motores de oito
cilindros em linha do modelo Royale. Bateram vários recordes de
velocidade, mantiveram-se em operação até 1958 e garantiram a
sobrevivência da empresa durante a crise dos anos 30.
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A
BUGATTI fechou as portas em 1951, efetivamente sem direção. Os
outros herdeiros de Ettore (Roland e as duas filhas, L’Ébé e
Lidia) tentaram continuar a fábrica, criando o tipo 101 (um modelo
57 modificado), de 1951, e o 251 de competição, em 1956, com motor
central-traseiro, mas sem êxito. Durante este período, diversos
investidores tentaram salvar a tradicional montadora, mas sem efeito,
a BUGATTI continuou a produzir somente peças para aviões. Depois de
muitos altos e baixos, a marca passou para o controle do italiano
Romano Artioli em 1987, com uma nova fábrica sendo construída em
Campogalliano, perto de Modena, onde foram montadas várias unidades
do modelo EB 110, uma obra dos designers da Lamborghini, Paolo
Stanzani e Marcello Gandini, apresentado ao público oficialmente em
1991. Mas a aventura durou pouco e logo a empresa entrou em falência.

A Força

Desde que a primeira unidade foi oficialmente entregue em 2006, o BUGATTI VEYRON foi considerado pela a revista americana Forbes o carro mais caro do mundo (para adquirir um modelo é preciso desembolsar mais de US$ 2 milhões). E um dos mais velozes (só para fazer uma comparação, em 15 segundos o modelo deixaria a Ferrari F2005, pilotada na época por Schumacher comendo poeira, já que ela não teria mais marcha pra continuar a disputa). Rapidamente o modelo, que supera os 407 km/h de velocidade final, se transformou em sonho de consumo de muita gente, mas que poucos um dia na vida terão o prazer de guiá-lo. Não satisfeita, recentemente a montadora apresentou a nova versão SUPER SPORT do super-esportivo. A montadora revelou que os 1.001 cavalos de potência da versão original ficaram bem para trás. A nova versão, apresentada em 2010, tem mais de 1.200 cavalos de potência, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 2.4 segundos e atingir velocidade máxima de 431 km/h. Para conter toda esta potência, a BUGATTI também melhorou o sistema de freios, o qual é capaz de frear mais rápido do que acelera, precisando de apenas 2.2 segundos em uma frenagem de 100 a 0 km/h (o atual Bugatti Veyron precisa de 10 segundos para frenagem de 400 a 0 km/h). Além disso, as nove grades de titânio, que ajudam o carro a esfriar, foram desenhadas para evitar que pássaros fiquem presos e causem acidentes. No dia 7 de maio de 2009, a montadora anunciou que foi entregue o BUGATTI VEYRON de número 200 para um cliente do Oriente Médio. Recentemente, a marca anunciou que vendeu o último dos 300 exemplares do Veyron, a última unidade derradeira deve ficar pronta apenas em 2012 e será entregue a um milionário desconhecido na Europa. A BUGATTI continuará produzindo apenas a versão conversível, apresentada pela primeira vez em 2008.
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Exclusividade

Uma jóia de engenharia do quilate de um BUGATTI não tem uma produção simples. Tudo é feito artesanalmente, o que justifica os milhões de euros que custa uma obra-prima desta. Ao encomendar o carro hoje, o comprador só o receberá em aproximadamente um ano e meio. Depois de cinco meses da encomenda, deve-se ir à sede da marca, em Molsheim na França, para escolher os materiais de acabamento. Por fim, na entrega, o privilegiado novo proprietário passa por um treinamento com o piloto oficial da BUGATTI, o francês Pierre Henri Raphanel, para aprender a domar a fera. A marca dispõe também de cinco técnicos, responsáveis por pequenos grupos de clientes. São como padrinhos. Cada proprietário tem o seu à disposição. Além disso, a empresa monitora o tempo todo o carro. Se algum problema ocorrer o cliente será atendido na hora.
Design

Nos últimos anos a tradicional marca começou a espalhar seu DNA de design por outras áreas, como por exemplo, roupas, perfumes (cujo desenho do vidro lembra as linhas contemporâneas do Veyron 16.4), linha de cosméticos, miniaturas de automóveis, acessórios como chaveiros, malas de couro, bonés, carteiras e até guarda-chuva.
A Marca no Mundo
A empresa, localizada em Molsheim Château St. Jean, próximo a Estrasburgo, tem produção extremamente limitada, no máximo 50 carros por ano, que são vendidos em mais de 80 países do mundo. De acordo com a marca, 30% das vendas de seus veículos estão nas Américas, 30% na Europa e 30% no Oriente Médio. Hoje existem no mundo aproximadamente 300 unidades da nova geração do BUGATTI rodando ou repousando em luxuosas garagens.
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