Comece a entender a
VOLKSWAGEN como a marca que produziu o carro que mais cativou a
população deste planeta em toda a história: o FUSCA. A palavra é
uma contração em português de Volks (pronuncia-se “folks”), e
exprime a tradução literal da VOLKSWAGEN: carro do povo. Não seria
preciso mais nada para marcar a ferro a presença da montadora alemã
na história. Sua história começou como mais uma das obsessões de
Adolf Hitler, pois o carrinho chamado de “besouro” era de
interesse estratégico do Reich nazista, uma tentativa de
uniformização automotora da raça ariana.
O
desejo do ditador era produzir um automóvel barato (custar menos de
mil Marcos Imperiais) e econômico, que transportasse dois adultos e
três crianças, e que qualquer pessoa pudesse comprá-lo através de
um sistema de poupança voltado para sua aquisição. O engenheiro
encarregado de desenvolver o modelo foi ninguém menos que Ferdinand
Porsche. Aproximadamente 336 mil pessoas pagaram pelo modelo, e os
protótipos do carro, chamados em alemão KdF-Wagen
(KDF significa Kraft
durch Freude,
em português, "força através da alegria", um dos lemas
do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, o
conhecido Partido Nazista), já possuíam as curvas de seu formato
característico e o motor refrigerado a ar, de quatro cilindros,
montado na traseira. Assim, com pesados subsídios do governo, a
empresa foi oficialmente criada no dia 28 de maio de 1937 com o nome
de Gesellschaft
zur Vorbereitung des Deutschen Volkswagens GmbH
(Companhia para a Preparação dos Carros do Povo Alemão). Mais
tarde, naquele mesmo ano, a empresa seria renomeada simplesmente como
Volkswagenwerk, ou “Companhia do Carro do Povo”. Originalmente
operada pela Frente Trabalhista Alemã, uma organização nazista, a
VOLKSWAGEN tinha a sua sede principal em Wolfsburg.
A
nova fábrica só havia produzido algumas unidades quando a Segunda
Guerra Mundial iniciou em 1939. Como conseqüência da guerra, sua
produção foi adaptada para veículos militares, como jipes e carros
anfíbios. Com o fim do conflito, a retomada da produção veio de
maneira vigiada, quando da ocupação da Alemanha Ocidental pelos
vitoriosos aliados em 1945. Como ainda era incerto o futuro da
fábrica, a mesma foi oferecida à representantes de empresas
automobilísticas britânicas, americanas e francesas. Todos a
rejeitaram. Depois de visitar a fábrica, Sir William Rootes, da
indústria britânica Rootes Group, declarou que “o
modelo não atrai o consumidor médio de automóveis, é muito feio e
barulhento... se vocês pensam que vão fazer automóveis neste
lugar, vocês são uns grandes tolos, rapazes”.
Mesmo assim, a fábrica da empresa operava sob o nome de Wolfsburg
Motor Works e produziu ao final de seu primeiro ano 1.785 veículos.
Em
1947 a empresa assinou o primeiro contrato de exportação com uma
empresa da Holanda. No ano seguinte o Beetle, como era conhecido o
Fusca, representava 23% das exportações da empresa para os países
europeus. Nessa época a VOLKSWAGEN dominava o mercado nacional
(64.4%) e o europeu. Nos Estados Unidos o carro iniciou uma revolução
no segmento dos pequenos automóveis em 1949, conquistando milhões
de motoristas que queriam ter o Beetle como segundo carro, além de
ser o modelo mais importado do país. Nesse mesmo ano a empresa
apresentou o VW Cabriolet, construído pela Karmann Company, que se
tornaria o carro conversível mais vendido do mundo. A década de 50
começou com o lançamento do VW Transporter (popularmente conhecido
com Kombi), representando um novo segmento da indústria automotiva,
tendo o projeto baseado nos carros de transportes internos da
empresa. Outro lançamento importante ocorreu com o Karmann Ghia
Coupe, desenvolvido em conjunto com a Karmann Company. Durante esta
década, a marca lançou bases de sua ampliação industrial. Neste
período, eram instaladas as primeiras fábricas em caráter
multinacional, em países como o Canadá (1952), Brasil (1953) e
Austrália (1954). Muito à frente de seu tempo, a empresa abriu seu
capital na Bolsa de Valores já em 1960, mesmo ano em que o Beetle
ganhava modelos com motor 1300cc e 1500cc.
A
agressividade emergente da VOLKSWAGEN foi comprovada no ano seguinte
(1961), quando o administrador Heinrich Nordhoff incorporou as
concorrentes Audi, DKW e NSU. A década de 60 contou com lançamentos
importantes como em 1966 com o modelo TL 1600 e o VW 147, uma pequena
van utilitária desenvolvida para o correio alemão e apelidada de
“Fridolin”. O monopólio no segmento de carros pequenos só foi
ameaçado no início dos anos 70. Para remediar esta nova situação,
o diretor Rufolf Leiding renovou sua frota tradicional e, de quebra,
presenteou o mundo com o PASSAT e o PASSAT VARIANT (a versão perua),
em 1973, e o GOLF um ano depois como sucessor do Beetle. O GOLF foi
apresentado nos Estados Unidos com o apelido de “Rabbit” (que
significa coelho em inglês).
Em
1976, depois de 31 meses após seu lançamento, o modelo GOLF atingiu
a marca de 1 milhão de carros vendidos, provando o sucesso do
veículo. No ano seguinte o Fusca atingia a histórica marca de 21
milhões de carros vendidos desde seu lançamento. Porém o sucesso
não foi suficiente para impedir que a montadora encerrasse a
produção do modelo na Europa. A partir da década de 80 a montadora
começou um enorme processo de aquisições de outras marcas como a
espanhola SEAT (1986), a Skoda (1990), a inglesa Bentley (1998), as
italianas Bugatti (1998) e Lamborghini (1998). Como parte de uma
grande reestrutura, em 1995, a montadora criou a Volkswagen
Commercial Vehicles, divisão responsável por todos os veículos
comerciais da empresa alemã. Depois de aproximadamente 70 anos e
mais de 21 milhões de unidades produzidas, o último fusca original
saiu da linha de produção da unidade instalada em Puebla, no
México, em 30 de julho de 2003.
Em
3 de março de 2008, a VW comprou a montadora sueca de caminhões
Scania. No mesmo dia, a Porsche tornou-se o principal acionista da
VOLKSWAGEN com 51%, ultrapassando o até então maior acionista, o
governo do estado alemão da Baixa Saxônia. Era como se um ratinho
engolisse um mamute. Porém, a Porsche não resistiu aos efeitos da
crise financeira internacional iniciada no final daquele ano, que
agravou os problemas financeiros da montadora, quando seu maior
mercado, os Estados Unidos, reduziram em 50% o volume de importações
dos esportivos alemães. Convém lembrar também que a economia
alemã, a quarta do mundo, entrou formalmente em recessão. Sem
fôlego para bancar a dívida assumida com a compra das ações,
devolveu o controle majoritário para a VOLKSWAGEN e passou a fazer
parte do grupo. No final da história, o ratinho que tentou engolir o
mamute foi esmagado por ele. Com isso, VW e Porsche deverão ter suas
operações totalmente consolidadas em meados de 2011.
A
sede
A sede mundial da VOLKSWAGEN está localizada em Wolfsburg, a meio caminho entre as cidades de Berlim e Hannover, e onde foi instalada a primeira fábrica da montadora. É lá que está a Autostadt, a cidade do automóvel. As construções arquitetônicas se integram perfeitamente nesta ampla zona verde salpicada de zonas lacustres artificiais. No complexo pode-se aprender tudo sobre a história do automóvel e seu processo de produção. Na sede estão também expostos os protótipos desenvolvidos pela montadora alemã. Eles representam o futuro e, por isso mesmo, são fascinantes. “Homens, carros e tudo o que os move” (slogan da Autostadt). Tudo ali realmente tem o objetivo de atiçar sentidos e emoções do visitante, ao mesmo tempo em que informa — e vende, é claro.
Projetada
para produzir o Fusca, criado por Ferdinand Porsche, foi usada para a
fabricação de armamentos durante a Segunda Guerra Mundial. A
Autostadt se divide entre o centro de entrega de automóveis aos
clientes, incluindo as duas quase inacreditáveis torres do estoque;
um pavilhão para cada marca do Grupo Volkswagen (a própria
Volkswagen, Audi, Bentley, Lamborghini, Skoda e Seat); o museu
chamado ZeitHaus
(Casa do Tempo), que conta a história do carro; e o KonzernForum
(Fórum do Grupo), onde estão localizados a recepção, o parque
infantil, lojas e restaurantes. É possível uma visita à imensa
fábrica da VOLKSWAGEN, feita em uma espécie de trenzinho, que leva
ao menos duas horas; ou fazer um test-drive em uma pista de treino
que imita todo tipo de terreno, onde os mais aventureiros podem
testar suas habilidades com a orientação de um instrutor. Além
disso, há sempre instalações de arte moderna e diversos festivais
sendo realizados ao longo do ano.
A
fábrica de vidro
A
moderna fábrica foi inaugurada oficialmente no dia 11 de dezembro de
2001, na cidade de Dresden na Alemanha, com um investimento estimado
de €186 milhões. A fábrica, construída especialmente para a
fabricação dos veículos classe Premium da VW, ocupa 49.000 m2 e
seu complexo de edifícios possui duas alas transparentes. Isso faz
com que o processo de produção do automóvel seja visível para
quem está do lado de fora. E marca uma forma inédita de integrar o
ser humano, a técnica de produção e o meio ambiente. Diariamente,
aproximadamente 800 funcionários produzem um máximo de 150 unidades
do modelo de luxo da VW, o Phaeton, mas também são produzidos
Bentley Continental GT e Flying Spur. Com um formato em L, a fábrica
transparente de Dresden está implantada numa propriedade com 8.3
hectares, em Strassburger Platz, apenas a 100 metros de distância
dos jardins botânicos. Assim, o VW Phaeton é produzido por detrás
de uma estrutura em vidro com 27.500 metros quadrados e três
andares. No total, a área de produção da fábrica ocupa 55 mil
metros quadrados, apresentando uma arquitetura moderna e atraente.
Virada de frente para a cidade, o edifício caracteriza-se por linha
angular totalmente envidraçada, com um comprimento exterior de 140
metros e uma altura de 20 metros. Mesmo para quem passa ou reside nas
proximidades das instalações, o ruído da fábrica é praticamente
imperceptível.
A
Marca
O logotipo da VOLKSWAGWEN é um dos mais famosos do mundo. Como muitos outros elementos de design corporativo, ele representa os valores da marca. É uma demonstração da alta qualidade, solidez e expertise da marca, entre outras coisas. Desde os primeiros tempos da empresa, o logotipo com a letras V e W juntas dentro de uma “bolacha”, foi o símbolo da DAF (Deutsche Arbeitsfront), um tipo de sindicato da antiga fábrica Volkswagen GmbH. Este logotipo foi registrado em 1938. Após a Segunda Guerra Mundial a empresa foi tomada pelos ingleses. O major britânico Ivan Hirst decidiu que a partir de 1945 a “bolacha” com as letras V e W deveria ser o logotipo oficial da VOLKSWAGEN. Até hoje o criador deste logotipo é desconhecido. Supostamente foi concebido por Franz Xavier Reimspiess, um empregado da Porsche, durante uma competição oficial de logotipos. Foi pago pelo logotipo cerca de 100 Reichsmarks (aproximadamente US$ 400). O logotipo “cruzado” da VOLKSWAGEN foi registrado como marca em outubro de 1948 no Departamento Alemão de Patentes em Munique e, desde então, tem sido usado em diferentes variantes. Já foi levemente modificado, preto no branco, mais tarde azul no branco ou branco no preto ou azul. No ano de 2000 foi feita uma adaptação tridimensional, estando alinhado com os mais altos padrões da marca, sem perder sua familiaridade.
Segundo
a consultoria britânica Interbrand, somente a marca VOLKSWAGEN está
avaliada em US$
6.892 bilhões,
ocupando a posição de número 53 no ranking das marcas mais
valiosas do mundo. Além disso, a VOLKSWAGEN é a 16ª maior empresa
do mundo de acordo com a Fortune 500 de 2010.
A
VOLKSWAGEN, segunda maior montadora da Europa e quarta maior do
mundo, produz anualmente 6.3 milhões de veículos (3.807.202 somente
da marca VOLKSWAGEN) vendidos em 153 países, sendo ainda
proprietária das marcas Audi, Lamborghini, Bentley, Bugatti, Seat e
Skoda, além da locadora de automóveis Europcar e da montadora de
caminhões sueca Scania. A empresa além da produção de automóveis
é uma das principais montadoras de ônibus e vans do mundo. A
montadora alemã possui 60 fábricas espalhadas por 21 países.
Atualmente a VOLKSWAGEN possui mais de 30 modelos diferentes de
carros no mercado com participação global de 10.3% no segmento de
automóveis de passeio. Além disso, os veículos comerciais da VW
venderam 308.294 unidades em 2009. Os modelos mais vendidos da
montadora são o VW GOLF com 792.000 unidades, seguido do VW PASSAT
com 772.872 e VW JETTA/BORA com 649.963. Somente os automóveis com a
marca VOLKSWAGEN faturam €70.5 bilhões em 2009.
O
gênio por trás da marca
Dono
de 13.1% das ações da montadora alemã Porsche e um patrimônio
estimado em US$ 400 milhões, o austríaco Ferdinand
Karl Piëch
poderia, aos 70 anos, contentar-se em ser um daqueles executivos
veteranos a caminho de uma merecida e tranqüila aposentadoria. Com
dinheiro e tempo de sobra, curtiria à vontade três de suas paixões:
velejar pelas Ilhas Canárias, onde possui uma mansão, esquiar pelos
Alpes ou cultivar vinhedos, como faz Ernest, seu irmão mais velho,
na Inglaterra. Neto do lendário Ferdinand Porsche (entre outras
façanhas, o inventor do Fusca), ele já nasceu em berço de ouro.
Sua família acumula royalties pela mais popular das criações do
avô e, desde os anos 40, é dona do monopólio da distribuição dos
veículos da VOLKSWAGEN na Áustria e Leste da Europa. Ele seguiu os
passos do patriarca do clã e também do pai, Anton, e presidiu a
maior montadora da Europa. Entre os anos de 1993 à 2002, sua gestão
foi marcada por anos agitados e por um festival de demissões.
Defenestrou, um a um, 34 altos executivos que se colocaram em seu
caminho e chacoalhou as estruturas da empresa. Quando chegou ao topo
da VOLKSWAGEN, ela estava atolada em prejuízos, tinha poucos modelos
para oferecer aos consumidores e gastava demais para fabricar seus
carros. Sob seu comando, cortou por quatro o número de plataformas
(eram 16 antes de seu comando), mais do que dobrou a oferta de
modelos (de 28 antes de sua posse, passaram a 65) e tirou a empresa
do buraco para um lucro de 5 bilhões de euros, obtidos no último
ano de sua gestão. Ele acompanhou de perto o lançamento de cada um
dos novos carros, entre os quais criações revolucionárias, como o
Lupo com motor 1.2 (percorria 33 quilômetros com 1 litro de diesel)
ou carismáticas, como o New Beetle (uma recriação pós-moderna do
Fusca que recuperou o prestígio da marca nos Estados Unidos).
Com
base em uma bilionária estratégia de compra de papéis iniciada em
setembro de 2005, a PAH - Porsche Automobil Holding (a controladora
criada com dinheiro injetado pela montadora homônima) - havia
abocanhado 31% das ações da maior montadora da Alemanha, o que lhe
garantia dois lugares no Conselho de Supervisão da VOLKSWAGEN e um
bocado de influência em seus destinos. E isso era apenas o começo,
já que os controladores da Porsche iriam aumentar ainda mais essa
participação depois que, no final de outubro de 2007, a Corte
Européia de Justiça sentenciou como ilegal um privilégio dado ao
Estado alemão em forma de lei: implantada em 1960, a regra dispunha
que nenhum acionista poderia ter um poder de voto maior do que o
governo da Baixa Saxônia, dono de 20.6% do capital da VOLKSWAGEN. E
isto aconteceu em 3 de março de 2008 quando a pequena Porsche
adquiriu 51% do Grupo VOLKSWAGEN. Mas essa jogada só foi possível
com as manobras nos bastidores da VOLKSWAGEN feita por ele. Ao tentar
ampliar sua fatia de 51% para 75% das ações da VW, a Porsche foi
atropelada pela crise mundial e acumulou dívida de 10 bilhões de
euros. Foi obrigada a abandonar os planos no início do ano e
negociar uma fusão. Mesmo assim, ele saiu ganhando, não sem antes
derrubar o presidente da Porsche, Wendelin Wiedeking, que se opunha
ao negócio. É claro que, nessa equação, dinheiro é importante
para Piëch, mas sua vaidade conta muito, também. Uma das artes de
Ferdinand Piëch é a de superar situações complicadas. Sua
biografia conta que em seus tempos de escola tinha muita dificuldade
em aprender línguas estrangeiras. Hoje, ele fala três idiomas, além
do alemão. É verdade que se exprime usando uma estranha técnica:
depois de uma pergunta, demora algum tempo para se pronunciar, com um
olhar distante, como se estivesse ausente. Muitas vezes, só começa
a responder quando o interlocutor já imagina que desistiu. Mas, se
está longe de ser bem-dotado com as palavras, é genial quando o
assunto é técnica. Obcecado pela técnica, é capaz de rascunhar o
desenho de um novo motor diante de engenheiros. Outra de suas
características é descobrir uma solução criativa para resolver um
problema. Conta-se que, para verificar a vibração macia de um motor
8 cilindros, ele tinha o costume de colocar uma moeda no capô: se
ela não caísse no chão, estava tudo sob controle. Assim é
Ferdinand Karl Piëch.
Campanhas
que fizeram história
A
campanha mais brilhante da marca, e talvez da publicidade mundial,
foi introduzida na década de 60. Tudo começou quando o publicitário
Bill Bernbach tinha pela frente um problema e tanto no ano de 1959.
Sua agência, a Doyle
Dane Bernabach,
conhecida hoje como DDB, acabara de ser contratada para fazer a
propaganda do Fusca nos Estados Unidos. Os americanos não gostavam
do carro. Insensíveis ao seu arrojado design, inspirado numa gota
d'água, o achavam feio e pouco prático. Tanto que deram a ele o
apelido pejorativo de “beetle”, besouro em inglês. Além disso,
carregava a pecha de ser “o carro de Hitler”, o veículo que o
ditador nazista sonhara para o povo alemão. Lançado nos Estados
Unidos em 1949, o carro foi um fracasso. Em 1950, dos 6.6 milhões de
veículos novos do país, apenas 330 eram da marca VOLKSWAGEN. Bill
Bernbach resolveu mudar esse cenário e engatou uma nova marcha na
história dos negócios do século 20. O anúncio que criou para o
pequeno besouro mudou o jeito de se fazer propaganda no mundo,
tornando-se o grande divisor de águas entre o antes e o depois da
“Era Criativa”. O layout não tinha nada demais, era extremamente
básico. O que o torna genial é o seu título, “Think
Small”
(pense pequeno). Seu humor provocativo ia contra o pensamento
corrente nos Estados Unidos do “pense grande”. Um fenômeno
curioso se registrou: os consumidores chegavam às lojas de
automóveis repetindo aos vendedores quase literalmente os textos da
campanha publicitária que tinham ouvido. Os anúncios de Bill
Bernbach tinham humor e falavam com o consumidor como se fosse um
amigo próximo.
Acreditando
no bom senso dos consumidores, a VOLKSWAGEN seguiu investindo em
anúncios que posicionavam corretamente o Fusca como segundo carro da
família ou destacavam diferenciais como facilidade de estacionar e a
refrigeração a ar (no inverno americano a água dos radiadores
congelava) sempre de forma criativa. Outros anúncios causaram grande
impacto, como por exemplo, o que tinha a frase “It's
Ugly, But it gets you there”
(É feio, mas leva-o lá), ou outro em que apenas aparecia a foto do
automóvel e a palavra “Lemon”
(Limão), expressão coloquial que tanto pode significar feio como
defeituoso, ou ainda o que mostrava um Volkswagen quebrado seguido da
palavra “Impossible”
(Impossível). Os resultados da campanha foram extraordinários.
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