
Para
garantir sua produção, ele recorreu à mão de obra quase escrava
de franceses, poloneses e dos deportados para os campos de
concentração. O negócio nunca esteve tão próspero. Após sua
morte, em 1948, a empresa, então dirigida por seu genro, entrou em
um período de obscuridade, isto porque após a guerra, a demanda por
uniformes ficou escassa. A saída encontrada pela fábrica foi
apostar na moda masculina. Nascia assim, em 1953, o terno HUGO BOSS,
que conquistou os homens de negócios por suas linhas limpas, por
trazer um tecido mais leve do que o usado comumente na Alemanha e um
desenho mais jovem. Foi a combinação justa e balanceada da dita
austeridade alemã para criar roupas que transmitiam por suas fibras
e tramas a seriedade de quem as usava. Em 1967, dois netos de Hugo,
Uwe e Jochen Holy, assumiram o controle da empresa e passaram a focar
definitivamente os negócios somente em moda masculina. A época não
poderia ser melhor: surgiram com o nascimento dos primeiros
trabalhadores compulsivos e ambiciosos (conhecidos pela expressão em
inglês, workaholics) e logo viria uma geração inteira para
vesti-los, os yuppies do fim dos anos 70 e década de 80.



Em
1991 foi lançado o primeiro produto licenciado. A coleção também
foi ampliada, passando a produzir linha de camisas, gravatas,
suéteres e jaquetas de pele. Nesta época, a empresa foi adquirida
pelo grupo italiano Marzotto (hoje, Valentino Fashion Group) que,
além da marca principal BOSS – dedicada às linhas e coleções
mais clássicas – lançou mais duas segmentações: HUGO, voltada
às criações e coleções mais jovens, e BALDESSARINI, linha de
luxo mais independente. Além das roupas, cosméticos, óculos e
perfumes também passaram a fazer parte do catálogo da marca alemã.
Depois de quase uma década de uma enorme reestruturação, a HUGO
BOSS recuperou seu prestígio e sofisticação de anos passados e
voltou a ditar tendência na moda mundial. Resultado, 2010 foi para a
marca alemã o ano de maior êxito financeiro em toda a sua história.
O Passado Nebuloso
Sinônimo de elegância e luxo, a HUGO BOSS é um produto “Made in Germany” altamente respeitado no mundo da moda. No entanto, a tradicional marca alemã carrega um passado de envolvimento nazista. Hugo Ferdinand Boss teve uma relação muito estreita com o nazismo. Em 1931 se filiou ao Partido Nacional-Socialista (NSDAP), de Adolf Hitler. Antes e durante a Segunda Guerra Mundial, a empresa desenhou e produziu uniformes de tropas e oficiais da Wehrmacht e SS. Além disso, a empresa foi acusada de usar mão-de-obra forçada, onde os trabalhadores tinham uma carga diária de 12 horas, com um curto período de intervalo. O empresário, após o término da guerra, foi tachado de “oportunista do Terceiro Reich“, multado em 80 mil marcos, e privado de seus direitos civis. “A fábrica de roupas fundada pelo senhor Hugo Boss produziu roupas de trabalho e achamos que também uniformes da SS. Até agora, nós não temos arquivos na companhia e nós estamos tentando descobrir o que aconteceu“, declarou Monika Steilen, porta-voz da empresa, em 1997, quando a notícia foi divulgada por uma revista austríaca.
O Esporte

Não é só na moda que a HUGO BOSS mostra-se ativa. Ao longo da sua existência, a grife patrocinou diversas modalidades esportivas, como a Fórmula 1 (vestiu a equipe da McLaren dentro e fora das pistas em 1981), golfe (patrocinou e vestiu o jogador Bernhard Langer em 1985), tênis (patrocinou a Copa Davis em 1985), esqui e boxe. A marca tem também um importante papel no mundo artístico através do Prêmio Hugo Boss (Hugo Boss Art Prize). Em parceria com o Museu Guggenheim, desde 1995 o prêmio valoriza os artistas modernos. A premiação é feita a cada dois anos. A HUGO BOSS também mantém parceria com o pavilhão alemão da Bienal de Veneza desde 2003.
A Marca no Mundo
Os produtos da HUGO BOSS, como coleções de roupas, óculos, perfumes, sapatos e relógios, divididos em três sub-marcas principais, estão disponíveis em 124 países através de 1.500 lojas da grife (somadas as unidades próprias, franqueadas e parcerias) e em mais de 5 mil lojas de departamento e multimarcas. Aproximadamente 62% de suas vendas são geradas no continente Europeu, com a América respondendo por outros 22%. A linha BOSS BLACK corresponde a 68% do faturamento da empresa alemã. Os produtos da marca são fabricados em vários locais, como por exemplo, em Izmir na Turquia (sua fábrica mais importante); Radom na Polônia (sapatos); Morrovalle na Itália (sapatos e artigos de couro); Cleveland nos Estados Unidos (ternos); e Metzingen na Alemanha.
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