terça-feira, 4 de setembro de 2012

Heineken



Tudo começou em 1864, quando Gerard Adriaan Heineken, um jovem de 22 anos, comprou com a ajuda de sua mãe a cervejaria De Hoolberg (O palheiro, em holandês), a maior da cidade de Amsterdã, fundada no século 16, e que produzia uma cerveja vulgarmente conhecida como “cerveja do trabalhador”. Não era uma marca, mas um conceito, uma bebida concebida para a massa. O jovem empresário não queria vender cerveja para as massas, mas sim para os cavalheiros holandeses, que tinham um poder aquisitivo maior. Depois de uma enorme reforma a cervejaria entrou em operação em 1868. Em busca de ingredientes de qualidade e das tecnologias mais recentes para preparação da cerveja ele percorreu a Europa. Na Alemanha o jovem logo identificou uma revolução nos métodos de produção. Percebeu a importância da mudança de alta fermentação para baixa fermentação da cerveja e levou essa nova tecnologia para sua cervejaria em Amsterdã. A baixa fermentação trouxe à sua cerveja uma melhoria na qualidade muito grande em relação às demais marcas da época. Heineken contratou em 1869 o alemão, Wilhelm Feltman, como responsável pela fermentação de sua cerveja. Outras inovações envolveram o desenvolvimento de novas receitas. Em 1873 a cerveja HEINEKEN’S (que só perderia a apóstrofe e o S em 1962) foi oficialmente lançada no mercado. No ano seguinte inaugurou uma segunda cervejaria na cidade de Roterdã.
Mas a grande mudança na cervejaria aconteceria em 1886 quando o Dr. Elion, ex-estudante da escola de Louis Pasteur, desenvolveu a famosa “Heineken levedura A” que ainda hoje confere à cerveja HEINEKEN seu sabor praticamente inigualável. As vendas na Europa aumentaram continuamente nas duas décadas seguintes. Em 1912, a empresa cresceu e acirrou a competitividade com outras cervejarias. Para competir com Amstel, Oranujeboom, Vam Vollenhoven e muitas outras cervejarias alemãs, a HEINEKEN decidiu reduzir ligeiramente o preço de venda e fez investimentos substanciais no posicionamento da marca para o mercado local. Em 1914, Henry Pierre Heineken, filho do fundador da cervejaria, assumiu o controle da empresa, ficando no cargo até 1940, expandindo os negócios por toda a Europa, Estados Unidos e Ásia. Uma de suas primeiras e mais conhecidas ações de marketing aconteceu durante as Olimpíadas de 1928, em Amsterdã, quando um avião escreveu no céu com fumaça o nome da marca. Em 1929 a cervejaria começou a vender a HEINEKEN em garrafas. No início da década de 30, a HEINEKEN fez sua primeira tentativa de ingressar no mercado asiático, inaugurando a primeira cervejaria estrangeira do grupo em 1931 na Indonésia. 
No mercado norte-americano a HEINEKEN teve impacto quase instantâneo. Foi a primeira cervejaria estrangeira a exportar seu produto para os Estados Unidos depois da suspensão da Lei Seca em 1933. Os americanos estavam acostumados com as cervejas domésticas, que se aproximavam das cervejas européias no sabor, e gostaram da herança da HEINEKEN Pilsner. Seu preço mais alto e a qualidade superior funcionaram como um atrativo e rapidamente fizeram dela a cerveja importada favorita dos americanos. Por outro lado, a marca lutou para entrar no mercado britânico, onde as tradicionais cervejas e bitters ainda eram mais populares que as leves e claras continentais. O sistema de “casa amarrada” que vinculava os pubs a marcas específicas, assim como um imposto que penalizava os tipos mais fortes de cerveja, pioraram a situação da tradicional pilsner, que passou a ter mais dificuldade para concorrer no mercado britânico. 
Foi então, que em 1951, a HEINEKEN introduziu uma cerveja especialmente adaptada - mais fraca - para o mercado do Reino Unido. Essa iniciativa era radicalmente contra a orientação da empresa, que sempre insistiu que seu sabor único não deveria ser alterado para agradar à gostos locais. Apesar dessa alteração, as vendas no Reino Unido permaneceram decepcionantes até a década de 70, quando a cerveja clara ganhou mais aceitação. Na década de 60 a empresa iniciou a era dos investimentos e aquisições de pequenas cervejarias e marcas. Além disso, em 1963, as primeiras 50 mil garrafas verdes reutilizáveis foram colocadas no mercado pela primeira vez e se transformariam em um verdadeiro ícone da marca holandesa. No final desta década, em 1968, a marca lançou seu primeiro comercial de televisão, tornando a HEINEKEN extremamente popular e conhecida em importantes mercados mundiais.
Nas décadas seguintes o grupo cresceu em uma velocidade espantosa, expandindo-se pelo mundo inteiro, construindo inúmeras fábricas (como em 18 de abril de 1975 quando inaugurou a maior cervejaria da Europa na época), fixando-se em mercados, até então dominados por cervejas locais, e transformando-se em uma das maiores cervejarias do mundo. O resultado desta enorme e agressiva expansão pode ser constatado na década de 80, quando a marca HEINEKEN estava disponível em 145 países ao redor do mundo. Apesar de tradicional, a HEINEKEN decidiu introduzir sua cerveja no mercado alemão somente em 1992. Nos anos subseqüentes, contratos de licenciamento fizeram o volume de exportação aumentar e a marca se tornou popular em centenas de países pelo mundo afora.
Além da versão LIGHT, lançada no mercado americano em 2005, a marca produz a HEINEKEN TARWEBOK (conhecida no mercado americano como SPECIAL DRAK), uma cerveja escura extremamente forte e aromática para ser consumida no outono, produzida com um único malte e feita com um trigo encorpado; HEINEKEN DARK LAGER, uma cerveja escura tipo lager;HEINEKEN EXTRA COLD, servida como chopp é mais cremosa e menos amarga que a tradicional; e a HEINEKEN OUD BRUIN, um tipo tradicional de cerveja holandesa, batizada de “Old Brown”, feita com maltes e cevadas escuras, que confere a essa versão um sabor caramelizado.
Presente no mercado brasileiro desde 1990, a cerveja HEINEKEN é produzida pela FEMSA Cerveja Brasil sob licença e supervisão da Heineken Brouwerijen B.V. de Amsterdã. A cerveja é 100% natural, única no Brasil sem conservantes, produzida com levedura tipo A, exclusividade HEINEKEN, 100% malte e lúpulo especial. O processo de fabricação conta com cuidados totalmente diferenciados, o que lhe confere um sabor refinado, marcante, consistente e premiado internacionalmente. Utilizando somente água, malte de cevada, lúpulo e levedura – sem conservantes ou adjuntos – associados a exclusivos métodos de fabricação, o resultado é uma cerveja aromática, saborosa e com personalidade única. No início de 2010, o grupo holandês anunciou a compra da mexicana Femsa, dona das marcas Kaiser, Bavaria, Sol e Xingu no Brasil, por US$ 7.6 bilhões. 

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